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Lançado novo sistema de certificação bovina

A Allflex, líder no mercado mundial de identificação animal, fez, ontem, em São Paulo, o lançamento da empresa FarmExpress, que será responsável pela implantação de programas de rastreabilidade da empresa no Brasil. O presidente da FarmExpress, Jerome Reboul, revela que, com a abertura de empresa no País, a intenção é oferecer, além de equipamentos de identificação eletrônica de animais, todo o conjunto de serviços prestados, que, além da comercialização dos equipamentos, atua no gerenciamento das informações colhidas no rebanho.

O sistema de rastreabilidade de animais da empresa já está em fase de teste em fazendas de Ariquemes (RO), Itapira (SP) e Oriente (SP). A tecnologia permite coletar dados dos animais, transmitir as informações a um banco de dados na internet e distribuir a identificação para associações, leilões e frigoríficos. “Temos que nos preparar para atender o mercado mundial, que exige a certificação e identificação do gado”, diz o pecuarista Nelson Piñeda, proprietário da fazenda de Oriente, SP.

A empresa Européia FarmExpress, que produz a tecnologia, foi criada em 2000, com investimentos de US$ 15 milhões. Com a tecnologia, o pecuarista pode consultar todas informações (nascimento, variação de peso, vacinas, doenças) de cada animal do rebanho em uma área de acesso exclusivo na internet.

Com o equipamento chamado “Romeu”, um coletor de dados, o criador consegue ler as informações armazenadas nos brincos com microchips colocados nos animais ou simplesmente, nos brincos visuais, por meio de um código de barras, levantar as características do gado. O coletor permite ainda inserir dados, como tipos de medicamentos ou peso do animal. A transmissão via internet é feita pelo “Julieta”, outro equipamento que também serve de backup, já que contém as informações armazenadas no Romeu.

O produto se caracteriza por não utilizar mecanismos manuais na coleta de dados. Segundo o diretor da Allflex do Brasil, Vicent L’henaff, os brincos eletrônicos têm a melhor relação custo/benefício, uma vez que “os métodos manuais têm grande chances de erro e o custo do erro é alto”. “A base de qualquer programa de rastreabilidade está na veracidade dos dados. Pelo sistema computadorizado a possibilidade de erro é reduzida, assim é possível ter um conjunto de informações confiáveis e acessíveis”, acrescenta.

“Queremos terceirizar a armazenagem de dados, tanto no Brasil quanto no exterior”, diz o diretor da Allflex. Um brinco identificador com chip e um brinco visual custam US$ 2,50 e o banco de dados, aproximadamente, R$ 1 por animal. Além disso, o pecuarista paga cerca de US$ 2 mil pelos equipamentos Romeu e Julieta.

A Allflex do Brasil anunciou a abertura de fábrica em Joinville (SC), em julho. “Até o final de 2002, a unidade estará produzindo 250 mil brincos diariamente. O grupo produz um milhão de brincos/dia, nas fábricas que mantém na França, China, Austrália e EUA”, diz L’henaff.

A escolha pelo sul do País para a instalação da nova indústria foi motivada por dois fatores: a localização das fábricas de plástico, matéria-prima dos brincos, e a proximidade com os portos de Paranaguá, no Paraná, São Francisco do Sul e Itajaí, em Santa Catarina. O diretor da empresa, Vincent L’henaff, lembra ainda que a região faz fronteira com países como Argentina e Uruguai, que são grandes produtores de bovinos e suínos.

Criada em 1957, a Allflex tem 70% do mercado mundial de produtos de identificação de animais. No Brasil, de um rebanho de 165 milhões de bovinos, estima-se que menos de 10% estejam identificados com brincos.


Foto: Lançamento da empresa FarmExpress – da esquerda para direita: Maria Lúcia de Abreu Pereira – proprietária da fazenda de Itapira, SP; Nelson Piñeda – proprietário da fazenda de Oriente, SP; Vincent L’henaff – diretor da Allflex do Brasil; Jerome Reboul – presidente da FarmExpress. Fonte: BeefPoint

Núcleo começa rastreamento da carne em MG

O Núcleo do Novilho Precoce de Minas Gerais inicia, nas próximas semanas, o primeiro projeto piloto de identificação eletrônica e rastreabilidade bovina no Estado. Para a implantação do programa foram selecionadas cinco propriedades nos municípios de Ituiutaba e Prata, mas a intenção é iniciar a identificação dos bovinos em apenas uma fazenda e, só depois de avaliar o resultado, ampliar a experiência para os outros 140 associados. A definição pela propriedade e o número de animais que vão participar do programa acontecerá nos próximos dias, segundo a supervisora regional da Allflex para o Triângulo Mineiro, Fernanda Aguirre Franco, que também é membro da comissão técnica do núcleo.

O projeto piloto de rastreabilidade está sendo implantado em parceira com a multinacional Allflex, empresa francesa fabricante de equipamentos de identificação de animais.

Fernanda Aguirre Franco afirma que a intenção é criar um sistema de gestão na propriedade que permita ao pecuarista ter o controle completo do rebanho e do gerenciamento de sua propriedade. O Núcleo do Novilho Precoce tem um rebanho estimado em 170 mil cabeças de gado. Para Aguirre, a direção do núcleo estuda há três anos a implantação de um programa de rastreabilidade da carne produzida na região. “Estamos acompanhando uma tendência mundial, temos que oferecer ao mercado um produto que esteja de acordo com as exigências do consumidor”, acrescenta.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Fernanda Arimura) e Jornal Correio, Uberlândia/ MG – www.jornalcorreio.com.br, adaptado por Equipe BeefPoint

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