O Programa de Qualidade do Nelore Natural (PQNN), que o Núcleo dos Criadores de Nelore de Maringá lançou na segunda-feira (26), já tem calendário e vai dar prêmios aos produtores. No dia 6 de outubro está prevista a entrada de animais, nos dias 7 e 8 de outubro deve ocorrer o julgamento de carcaças. Todas as etapas do programa serão acompanhadas por técnicos da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB).
Segundo o empresário Antônio Primon, a entidade não se envolve com as transações comerciais entre o dono do lote e os frigoríficos, mas defende a integração entre todos os elos da cadeia: o produtor, a indústria e as lojas de varejo de carne, até porque todos serão vistoriados pela comissão.
Os animais têm que ser 100% nelore puro, ou 75% de nelore e 25% de outras raças zebuínas. Primon acredita no sucesso do programa e acha que ele é vai garantir uma grande alavancagem no mercado de carne.
Tipificação
“O rastreamento da produção de carne é um avanço, mas tem que ser visto como um processo que leve à tipificação da carcaça que, por sua vez, premia o produtor pelo investimento e esforço na melhoria da qualidade. Sem chegar à tipificação, a rastreabilidade, por si só, acaba sendo inócua. O primeiro passo foi dado, mas o pecuarista vai ganhar mesmo é com a tipificação, que agrega valores”. A opinião é do ex-ministro da Agricultura, José Eduardo de Andrade Vieira, ao falar para cerca de 300 empresários no Núcleo Regional de Criadores de Nelore de Maringá, durante o lançamento do PQNN. José Eduardo defendeu a organização da cadeia produtiva da carne em que os agentes que compõem esse sistema cumpram papéis bem definidos.
“Nós, produtores, temos que brigar por esta causa. Há um longo caminho mas vale a pena”. A organização da cadeia produtiva, segundo ele, acaba suprindo a ausência de uma política de produção que o Brasil não tem na agropecuária, como não tem para o aço, para o café e nem mesmo para a indústria, a não ser conjunturalmente.
Idéia tem 70 anos
“A Inglaterra faz a tipificação da carcaça bovina há 70 anos”, disse José Eduardo, ao lembrar a trajetória do Ministério da Agricultura nos primeiros estudos sobre o assunto, que começaram, em 1995, com visitas a países europeus. Ele também destacou o empenho dos técnicos que o auxiliaram.
Na Europa você não vai encontrar vaca com mais de seis ou sete anos, a não ser exceções de muita qualidade. As matrizes são substituídas, após o sexto parto, por vacas novas que incorporam outros atributos genéticos.
Fonte: Folha de Londrina/PR (por Oswaldo Petrin), adaptado por Equipe BeefPoint