Terminou sem sucesso o leilão da maior e mais valiosa propriedade da massa falida da Boi Gordo, a fazenda Realeza do Guaporé I e II, situada em Comodoro (MT), cujo tamanho é próximo à área urbana da cidade de São Paulo (134 mil hectares).
Segundo o advogado Gustavo Sauer, síndico da massa falida, o leilão deve ser retomado somente no primeiro trimestre do ano que vem e pode passar por reformulações.
A fazenda estava avaliada em R$ 395 milhões e foi divida em nove blocos de acordo com sua vocação por uma empresa especializada em serviços de geotecnologia e inteligência em agronegócios.
De acordo com o síndico, a situação de deterioração da economia, as incertezas políticas quanto ao rumo do Ministério da Agricultura e o fato de parte das áreas estarem ocupadas irregularmente podem ter dificultado a venda.
O valor da fazenda Realeza do Guaporé I e II (R$ 395 milhões) corresponde a pouco mais que o dobro do que está no caixa da massa falida para pagar credores lesados e passivos trabalhistas e fiscais.
Quando foi aberta em 1988, o investidor da Boi Gordo investidor aplicava em animais e receberia após 18 meses o lucro da venda do boi engordado.A promessa era 42% de rendimento via certificados de investimentos, muito superior a outras aplicações que existiam na época, o que atraiu cerca de 30 mil investidores.O dinheiro foi aos poucos desviado para outros negócios e a empresa passou a funcionar com um esquema de pirâmide: pagava contratos vencidos com recursos de novos investidores.
Quando os saques superaram os investimentos, a pirâmide ruiu. A Boi Gordo pediu concordata em 2001 e teve a falência decretada em 2004, com passivo de cerca de R$ 2,5 bilhões em valores da época. Hoje, estima-se que os valores atualizados chegariam a R$ 4 bilhões.
Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.