Leitor comenta: boi caro é uma constante para o futuro?

O leitor do BeefPoint, Rogério Goulart, comenta do Editorial "O boi barato acabou", publicado no dia 20 de maio. Em seu comentário, Rogério analisa a situação atual da cadeia da carne bovina - pouca oferta e preços altos - e acredita que os preços devem seguir altos. Mas aponta que nos próximos anos o aumento da oferta deve ser maior do que o crescimento da demanda, podendo causar mudanças no cenário.

O leitor do BeefPoint, Rogério Goulart, comenta do Editorial “O boi barato acabou“, publicado no dia 20 de maio. Em seu comentário, Rogério analisa a situação atual da cadeia da carne bovina – pouca oferta e preços altos – e acredita que os preços devem seguir altos. Mas aponta que nos próximos anos o aumento da oferta deve ser maior do que o crescimento da demanda, podendo causar mudanças no cenário.

“Você tem razão ao colocar como ponto positivo a procura dos frigoríficos em agregar valor ao produto que eles vendem. A realidade do negócio deles praticamente os obriga a serem competitivos e buscarem sempre a eficiência de resultados e a constante preocupação com as margens. Afinal de contas, é caro manter um frigorífico em pé, não é verdade? Os caras tem que rebolar mesmo.

Agora, quando se olha um pouco mais longe, para o segmento da commodity carne bovina, realmente estamos passando por um período de impressionante stress de oferta. Não só aqui, é claro. A ironia é isso ter ocorrido no mundo inteiro ao mesmo tempo. Bom, ao mesmo tempo nem tanto, pois apesar de tudo o Brasil ainda segue exportando e colocando carne no mercado interno.

A pergunta que fica, que é o título de seu texto :”O boi barato acabou?” Sim, hoje está caro para os frigoríficos, e também para o invernista, mas será esse um cenário permanente para o futuro? Falam que commodities são cíclicas exatamente por isso, os preços sobem e descem de acordo com a oferta. É até difícil de acreditar numa baixa, já que agora temos oferta escassa, mas a oferta virá. Com a oferta maior, os preços cairão.

Mas a pegadinha é que os preços cairão em relação à inflação, e não nominalmente. O boi caro em termos nominais é uma constante para os próximos anos, porém contra a inflação, tenho minhas dúvidas. A oferta é mais elástica do que a demanda. Apesar da demanda estar subindo, quando a oferta engrena prá valer, ela vem muito maior do que a demanda.

Mas você tem razão. Agora o jogo está duro, mas sempre existe o amanhã. Quem sabe não melhora?”

0 Comments

  1. Jose Fernando Barros de Figueiredo disse:

    Quando eu vejo falar “boi caro” acabo não entendendo essa expressão. O boi está caro para o produtor ou para o frigorifico?

    Esse aumento do preço da arroba nada mais é do que um aumento pequeno de oxigenio, para quem estava quase padecendo sem folego nenhum. Assim como é caro manter um frigorifico , é também muito caro manter uma fazenda.

    Este aumento não é só reflexo da “mantança indiscriminada de femeas” e sim devido ao aumento do custo operacional de produção, veja o aumento do sal mineral que subiu em menos de um ano mais de 50%, o salário mínimo que aumentou mas que a inflação, vacinas e complementos que também explodiram.

    Nada mais é do que uma cascata de acontecimentos que estão influenciando nos preços.

    A verdade é que a pecuaria, é uma atividade a parte em relação as outras. Por que? Porque 90% dos pecuaristas não vivem exclusivamante dessa atividade.

    Ficando os ourtros 10% reféns do preço estipulado por outros que se a atividade empatar está bom. Mas tudo bem, só nos resta agora respirar, pegar um pouco de folego para enfretarmos a tormenta que com certeza iirá voltar.

  2. Marcio Trajano Borges Telles disse:

    Nestes dias de recuperação de preços e poder de compra dos pecuaristas estamos assistindo por parte de alguns analistas de mercado uma vontade enormde de criar uma insegurança no produtor de bezerros e recriador, parece até um movimento orquestrado por frigorificos para que vendamos o que não temos que é materia prima.

    Na realidade tudo o que está acontecendo é que os produtores vendiam os machos para se manterem e tiveram neste periodo que vender parte de seu patrimonio que são as vacas para não morrerem de fome. Investir nestes ultimos anos nem pensar foi só sobrevivencia.

    A pergunta que não quer calar é até onde vai a @ de boi na realidade o que está preocupando estes analistas não é até onde a @ vai e sim como farão a reposição os invernistas e como os frigorificos podem manter sua margem tão folgada até uns dias atrás? E se realmente querem saber até onde a @ vai é só perguntar ao mercado e comecem pelo exterior e é muito facil façam as contas e vejam quanto a @ nossa chega lá fora e quanto é a @ de lá e assim para alguns consultores de mercado resolveremos a sua grande duvida.

    Agora não podemos ter o nosso produtor pisado como até agora foram, está na hora de industria, varejistas, produtores sentarem e fazer as contas e cada um em parceria e não da forma que existia saber qual a margem que precisa para trabalhar ou senão deixem para o mercado que ele é soberano.

  3. Cezar Santucci Filho disse:

    “Boi Caro”? Caro é você ir a um restaurante e pagar por 200g de mignon R$ 45,00 ou até mais.

    Antes de dizer “boi caro” ta na hora de ir para dentro das fazendas e ver qual é o real custo de uma @ de boi para ver para quem está pagando “Boi caro”!

    Vamos fazer conta pessoal quanto custa uma Vaca!
    Alias melhor nem fazer!

    Parabéns Pecuaristas.

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