O leitor do BeefPoint, Mario José Monnerat Vianna, de Niterói nos enviou um comentário muito interessante a respeito do artigo, "Preços dos alimentos continuarão subindo no Brasil". Em sua carta ele comenta fatores que influenciam a formação de preços dos alimentos e alguns motivos que tem agravado a atual crise dos alimentos.
O leitor do BeefPoint, Mario José Monnerat Vianna, de Niterói nos enviou um comentário muito interessante a respeito do artigo, “Preços dos alimentos continuarão subindo no Brasil“. Em sua carta ele comenta fatores que influenciam a formação de preços dos alimentos e alguns motivos que tem agravado a atual crise dos alimentos.
“É claro que há muita especulação nessa formação de preços.
Especulação dos produtores, que esperam que o preço suba mais para venderem mais caro. Especulação dos compradores, que esperam que o preço caia para comprarem mais barato. E a participação de especuladores financeiros, que buscam lucrar com essas variações de preços, e fornecem a liquidez necessária para que produtores e compradores possam planejar seus fluxos financeiros. A participação excessiva de especuladores financeiros provoca outros problemas e outras distorções, mas isso é outro assunto.
Não há especulação financeira pura que sustente preço, nem alto, nem baixo. No caso dos produtos agropecuários, os preços são sustentados pelos fundamentos, formados pela oferta, pela demanda e pelos estoques. A tendência do preço é formada como uma função da tendência da oferta, da tendência da demanda, e da tendência dos estoques.
A atual crise de preço dos alimentos é fruto de muitos fatores, entre eles o fato de que há mais pessoas se alimentando melhor no mundo, em função do crescimento econômico mundial dos últimos anos. Outros fatores de desequilíbrio são os estoques mundiais de alimentos exageradamente baixos e as distorções de preços causadas pelo protecionismo de muitos países, que mantiveram os preços dos alimentos baixos para controlar a inflação, e como resultado desestimularam o crescimento dessa mesma produção.” Leia mais.
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Excelente comentario. Aporta elementos a esta discusión en la que se oyen opiniones increíbles. Esta situación no es consecuencia de una caída en la producción mundial de alimentos, sino, como bien dice el lector, de un aumento en la demanda sin precedentes, porque por primera vez en muchos años, los países en desarrollo, crecen a tasas mayores que los países desarrollados. Eso es una buena noticia, porque la brecha entre ricos y pobre se reduce, y lo hace por un mejoramiento de los pobres y no un empobrecimiento de los ricos.
Hay que ser cuidadosos en las medidas a tomar ante estos problemas. La tendencia a limitar las exportaciones, que se verifica en muchos países del mundo, -incríblemente en la Argentina también- no hace màs que agravar el problema. La reducción de la oferta exportable de Argentina en algunos productos, no hace más que hacer más grave la escasez en el mercado mundial, y con ello aumentar su precio. Lo mismo sucede con el arroz y algunos países asiáticos.
Brasil y Uruguay, por ahora, han mostrado una actitud seria y de compromiso con el futuro, en la medida que aseguran la persistencia de la inversión y del crecimiento económico. Ojalá persistan
Isso tudo é verdade sim, mas o que mais dói é que é uma tragédia anunciada, todos sabemos da demanda crescente de alimentos no mundo. Estamos vendo os USA usando cada vez mais milho na produção de etanol para não serem totalmente dependentes do petróleo, e pior, estamos assistindo de camarote nossas lavouras e pastagens sendo varridas pelos canaviais. De São Paulo rumo ao interior brasileiro tudo está sendo varrido pelos canaviais num ritmo alucinado e inconsequênte! Não está ficando nem um pé de milho, nem um pé de feijão, nada contar a história de produtores que arrendaram suas terras, pararam de produzir grãos ou carne, por mais dificuldades que tinham e agora vêem os preços disparam nos alimentos e despencam nos canaviais.
O governo brasileiro é tão incompetente que sabia disso e não moveu uma palha para reverter o anunciado. Lembro muito bem numa entrevista onde o presidente disse que se faltasse trigo importaríamos, pois bem, pelo visto não teremos de importar somente trigo mas arroz, feijão, milho. Pior do que isso é perder a grande oportunidade do Brasil mostrar ao mundo que: “Sim nós temos alimentos, sim nós temos matas, sim nós temos biodiversidade, sim nós temos petróleo, sim nós temos etanol, sim nós temos.”, mas infelizmente tudo o que podemos dizer agora é: “não nós não temos governo”!
É claro que o etanol está tirando o lugar dos alimentos! O que havia nos milhões de hectares de São Paulo, Minas, Goiás, MT, TO e agora é só cana?
Concordo e acho viável a produção de etanol, é claro, é uma excelente alternativa para o Brasil, mas tem de ser feito dentro de um sistema integrado e diversificado de produção, nunca de forma desordenada e desenfreada como está.
Faz tempo que venho alertando que o feitiço virará contra o feiticeiro! O que está sendo feito nos canaviais brasileiros é monopólio de terras para os usineiros e isso nunca funcionou. Os produtores serão reféns de uma cultura que não se disfaz assim de uma hora para outra (a cana), além de ter de respeitar longos contratos.
O problema é que o etanol, por mais demanda que tenha, não suporta os picos de safra, ainda mais quando entra o oportunismo dos especuladores pela grande oferta do produto e o resultado são preços baixos que se estendem até os produtores, que por sua vez não tem para onde correr.
Mas o que mais doe é saber que estamos perdendo a grande chance do Brasil mostrar ao mundo que nós temos todas as condições para produzir e produzir e produzir. Que venham os investidores! Ao contrário, estamos na mira da crítica sob a acusação de deixar de produzir alimentos para produzir etanol, isso é a mesma situação da soja no norte: não compramos essa soja porque foi produzida onde haviam matas!
Pensem nisso!
O que acho estranho a isto tudo é que no mesmo periodo da crise das Sub-prime nos EUA, as commodites (petroleo e grãos) aumentaram. Se tem muitos compradores no mercado futuro, temos um aumento de preço com certeza. Como já definiram “O mundo virou um grande cassino”.
Há muita gente dando seus palpites das causas da falta de alimentos.
Gente que nunca plantou, nunca investiu na área, só vive dela prestando serviço comprando, vendendo, especulando e faturando em cima do produtor.
Eu não sei todas as causas desta falta, mas sei que se o produtor tiver prejuizo por algumas safras ele muda o rumo vai procurar outra coisa para plantar ou fazer, da mesma forma que a loja ou a industria com prejuizo muda de ramo.
Se o produtor deixou o leite, o corte, o grão, a laranja e foi para a cana é porque não estava tendo lucro na atividade desenvolvida e viu uma perspectiva melhor na outra atividade.
Proibir ou mesmo regular a mudança de rumo do produtor é terrorismo, é estatizar o campo, ai sim vai faltar alimento. Quando o produtor é bem remunerado ele não abandona a atividade.
Para uma fazenda mudar de ramo é complicado, os investimentos são altos e muitos são perdidos nesta mudança.
Eu já fui produtor de arroz de sequeiro e irrigado, quando a energia elétrica que eu usava para bombeamento passou de 4 sacos de arroz por hectare/safra para 16 sacos, isto durante o decorrer da safra, tive prejuizo e vendi equipamentos para saldar a dívida de custeio.
Tenho todos os custos planilhados, mas não controlo o preço da energia e nem tenho bola de cristal para saber que ela vai aumentar tanto no decorrer da safra e também não consigo colocar o preço no meu arroz produzido, é o mercado que o faz, não adianta falar em hedge, mercado futuro, seguro, AGF, EGF, eu sou produtor de arroz, não sou especulador financeiro ou de mercado, se no final das contas não sobrar dinheiro.
Guardei meus equipamentos e atualizei as planilhas de custos por alguns anos. Plantei capim na área. Eu era produtor de semente de arroz!
O governo e o pessoal da extensão deveria ter e disponibilizar para o produtor dados confiáveis de inteções de plantio, de produção, de mercado para evitar o efeito manada. Todo mundo indo para a cana, todo mundo indo para o café, todo mundo indo para o leite, todo mundo indo para o boi, todo mundo indo para o eucalipto, todo mundo buscando uma saída e todo mundo tendo prejuizo.
Mas como fazer isto, a CONAB e o IBGE não falam a mesma lingua, se falam tem vocabulários diferentes. Falam que a área de plantio de milho aumentou tanto este ano. O produtor nem sabe o que vai plantar, nem mesmo se vai plantar, ainda esta devendo o custeio do ano passado, a prestação do trator, o adubo subiu quase 50% a semente também, o diesel sobe hoje quase 10%, a mão de obra 15%, e quando o arroz que ele planta sobe 8% querem impedi-lo de exportar, de ganhar um pouquinho para pagar suas contas.
Uma coisa é certa sem lucro não dá para ficar na atividade.
O governo não quer inflação em ano de eleição, logo senhor produtor prepare-se para ter mais um ano de prejuizo por conta das urnas e vamos negociar a dívida!