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Leitor comenta subsídios e competência brasileira

A leitora do BeefPoint, Janete Zerwes, Coordenadora em Tecnologia e Pecuária da Comissão de Produtoras Rurais da Federação da Agricultura e Pecuária - MT, comenta a notícia "UE: PAC visa cortar ajuda e maximizar produção", publicada no dia 23 de maio. Em seu comentário ela apresenta uma visão sobre o subsídios na Europa e nos EUA e aponta que mesmo o produtor brasileiro sendo mais competitivo do que os esses produtores subsidiados cria-se uma grande dificuldade para o setor agropecuário diante do aumento dos custos de produção.

A leitora do BeefPoint, Janete Zerwes, Coordenadora em Tecnologia e Pecuária da Comissão de Produtoras Rurais da Federação da Agricultura e Pecuária – MT, comenta a notícia “UE: PAC visa cortar ajuda e maximizar produção“, publicada no dia 23 de maio. Em seu comentário ela apresenta uma visão sobre o subsídos na Europa e no EUA e aponta que mesmo o produtor brasileiro sendo mais competitivos do que os esses produtores subsidiados cria-se uma grande dificuldade para o setor brasileiro diante do aumento dos custos de produção.

“Primeiro precisamos analisar o impacto sobre o aumento da produção de alimentos, a reutilização dos 10% de terras agricultáveis européias que estiveram por longo tempo ociosas, saber a extensão dessas áreas, e qual a capacidade produtiva dessas terras.

Durante décadas, os produtores europeus foram pagos para não produzir. Esse foi um mecanismo político-econômico-social utilizado para garantir preços mínimos compatíveis com custo de produção e renda, via redução de oferta, como foi o caso do leite, por exemplo, que previa além da garantia de preços a fixação do agricultor europeu no campo.

Atualmente diante da perspectiva de inflação provocada pelo aumento dos preços dos alimentos, com certeza serão revistas as políticas agrícolas dos países desenvolvidos, não só da Europa, como da América do Norte.

É difícil prever os reflexos das mudanças das políticas econômicas e agrícolas dos países desenvolvidos sobre a economia agrícola dos países em desenvolvimento.

Não se pode considerar apenas o aumento da demanda por alimentos e as perspectivas positivas de novos mercados, mas também o aumento dos custos de produção, determinados pelos preços crescentes do petróleo e seus derivados, e, a capacidade das economias emergentes para absorver e/ou subsidiar esses custos.

Mesmo com a revisão das taxas de subsídios agrícolas que na Europa beiram os 60% e nos EUA estão em torno dos 30%, ainda assim o produtor brasileiro terá dificuldades para manter seu poder de concorrência através de preços mais baixos para seus produtos, como vem fazendo ao longo do tempo.

A viabilidade da agricultura brasileira tem se efetivado por preços menores na concorrência de mercados, pelo aumento da produtividade e, garantida pela competência e investimentos privados dos produtores brasileiros. Esse é um fato reconhecido até por produtores europeus e americanos que tem visitado regiões de cerrado no centro-oeste do Brasil.

Parte da competência do produtor brasileiro foi estimulada pela retirada da quase totalidade dos subsídios agrícolas. Nesse aspecto, o produtor brasileiro leva vantagem dos produtores europeus e americanos habituados a subsídios consistentes, mas é uma vantagem pouco significativa diante do aumento dos custos de produção.”

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