O uso de leveduras em dietas de animais de produção vêm sendo estudada há vários anos, com o intuito de se desenvolver uma forma de aditivo natural para ração de animais destinados à produção de alimentos. Há um grande movimento por alimentos orgânicos, principalmente nos países europeus, e o uso de aditivos naturais, pode ser uma grande ferramenta para a melhora da produção nesses sistemas em que não é permitido o uso de diversos aditivos convencionais. Os aditivos à base de leveduras são compostas por células desidratadas de culturas de leveduras, e alguns componentes do meio utilizado na cultura de células. Atualmente, as culturas de leveduras mais utilizadas são propagadas de Sacharomices cerevisiae, desidratadas, porém mantendo certa atividade metabólica, essencial para atuação desses microorganismos no ambiente ruminal.
A suplementação de produtos à base de leveduras pode levar a melhora na produção de bovinos por diversos fatores, como a atuação sobre a microflora ruminal e intestinal. As diferentes cepas de leveduras não apresentam a mesma capacidade de estímulo da flora ruminal. Segundo trabalho de Dawson & Hopkins (1991), somente 7 de 50 cepas avaliadas apresentaram capacidade de estimular a multiplicação de bactérias celulolíticas no rúmen. As atuações das leveduras no rúmen são basicamente o estímulo ao desenvolvimento de determinados microorganismos, metabolismo do ácido lático e do nitrogênio. Alguns autores constataram o maior desenvolvimento dos microorganismos ruminais, e de determinados grupos específicos de bactérias benéficas à fermentação ruminal (tabela 1). Uma das alterações observadas foi o aumento das concentrações totais de bactérias anaeróbicas, celulíticas, utilizadoras de ácido lático, proteolíticas, e bactérias que convertem o hidrogênio molecular em acetato no rúmen.
A suplementação alimentar de ruminantes com leveduras pode levar à alterações no metabolismo de nitrogênio ruminal, diminuindo as concentrações de amônia ruminal e aumentando o fluxo de nitrogênio bacteriano para o intestino delgado (Erasmus et al., 1992). Essas observações podem ser explicadas pelo aumento da população microbiana, com maior utilização da amônia ruminal e consequentemente maior fluxo de nitrogênio bacteriano ao intestino delgado.
Referências bibliográficas
DAWSON, K.A., HOPKINS, D.M. Differential effects of live yeast on the cellulolytic activities of anaerobical ruminal bacteria. J. Anim. Sci., v. 69, suppl. 1, 1991.
DAWSON, K.A. Current and future role of yeast culture in animal production: A review of research over the last six years. In: supplement to the proceedings of Alltech’s 8th Annual Symposium. 1992.
ERASMUS, L.J., BOTHA, P.M., KISTNER, A. Effect of yeast culture supplement on production, rumen fermentation and duodenal nitrogen flow in dairy cows. J. Dairy, Sci., v. 75, 1992.
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O artigo possui um alto valor informativo sendo muito interessante.
Com o intuito de melhor e abrilantar mais o site, atrevo-me a dar a sugestão de mencionar sobre nutrição de monogástricos, pois e um setor que gera bastante curiosidade e sede de conhecimento. Parabéns pelo artigo e obrigada pela atenção.