A abertura das fronteiras de São Paulo para a entrada do gado vivo e de carne com osso originados em Mato Grosso do Sul e no Paraná tem alcance mais amplo do que o regional. A suspensão do bloqueio paulista aos principais produtos dos estados vizinhos oferece aos negociadores brasileiros (governamentais e privados) mais um argumento para tentar derrubar os embargos declarados por 49 países dos 172 que compram carne bovina do Brasil.
A suspensão do bloqueio sanitário em São Paulo pode ajudar a derrubar embargos de importantes compradores como a União Européia e o Chile. Ambos, que ocupam a 1a e 3a posições entre os compradores de carne do Brasil, incluíram o estado de São Paulo no embargo. Por São Paulo, passa mais da metade da carne bovina embarcada para o exterior.
“O Estado não tem o maior rebanho brasileiro, mas no ano passado respondeu por 69% da carne exportada. A partir desta medida adotada por São Paulo, o Brasil tem de tentar derrubar os embargos”, disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
O setor acredita depois das medidas tomadas por São Paulo pode ficar mais fácil negociar suspensões ou abrandamentos dos embargos. A retirada de São Paulo da lista de estados vetados para exportação reduz o impacto na balança comercial.
O governador negou que a entrada de gado do Paraná e Mato Grosso do Sul no Estado vá ampliar as preocupações dos importadores. Segundo ele, os critérios que normatizam esta decisão são rígidos. Continuam proibidos, por exemplo, a entrada de gado das zonas sob suspeição e infectadas. São 41 municípios (36 do Paraná e 5 de Mato Grosso do Sul) de onde não pode sair qualquer produto de origem bovina ou suína.
O secretário de Agricultura de São Paulo, Duarte Nogueira, afirmou que as carretas lacradas trarão gado para abate imediato. O transporte só pode ser feito pelos oito corredores sanitários. São três vias na divisa com o Mato Grosso do Sul e cinco na fronteira com o Paraná.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Agnaldo Brito), adaptado por Equipe BeefPoint