A Frigol, um dos maiores frigoríficos de carne bovina do país, obteve lucro líquido de R$ 86,6 milhões no segundo trimestre deste ano, um salto comparado ao montante de R$ 1,7 milhão registrado no mesmo período de 2024, conforme balanço financeiro divulgado nesta terça-feira (12/8).
“Os resultados positivos do (segundo) trimestre são reflexos da melhora nos preços no mercado externo, principalmente na China, e de nossa estratégia de diversificação de destinos, optando pelos mais rentáveis”, disse em nota o CEO da Frigol, Luciano Pascon.
A China continua a ser o principal destino das exportações da empresa, porém, passou de 81% de representatividade no segundo trimestre de 2024 para 77% no mesmo intervalo deste ano, em função da diversificação de embarques. Israel, segundo maior comprador da Frigol, saiu de uma fatia de 7% para 6% nas compras, enquanto outros mercados aumentaram a participação de 9% para 15%.
Entre os países que a companhia conseguiu elevar o nível de vendas estão os membros da União Europeia, Canadá, Chile e Arábia Saudita, além de Indonésia, Filipinas e países do Sudeste Asiático.
Neste cenário, as vendas para o mercado externo representaram 56,3% do faturamento do grupo de abril a junho, alta de 4,7 pontos percentuais na comparação anual.
A receita líquida do segundo trimestre cresceu 25% para R$ 984,1 milhões e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 154,1 milhões, forte alta de 234,6%.
Vale destacar que a base comparativa também esteve mais baixa do que o convencional para a empresa. No período de abril a junho do ano passado, a Frigol teve forte impacto negativo vindo da variação cambial, que pressionou o lucro líquido e levou a uma queda de 93% neste indicador, em relação a 2023. Na época, o dólar havia subido e aumentou o endividamento do frigorífico.
Em 2025, além de marcar uma recuperação, os resultados do segundo trimestre poderiam ter sido ainda melhores, “se não fossem os primeiros reflexos do ciclo pecuário, com menor oferta de boi gordo e, consequentemente, a alta no valor da arroba de cerca de 40% na comparação com o segundo trimestre de 2024”, pontuou Carlos Corrêa, diretor financeiro e de sustentabilidade da Frigol.
A empresa abateu 155 mil bovinos no segundo trimestre, queda de 8% na comparação anual, devido ao cenário mais restrito na oferta de gado.
Outro destaque do período foi que a companhia apropriou-se de créditos de ICMS (conforme Convênio ICMS 109/2024, Lei Complementar 160/2017 e Convênio Confaz 190/2017) no valor de R$ 19,9 milhões relativos a 2025 e R$ 92,5 milhões de crédito extemporâneo, que tiveram efeito positivo para o Ebitda e o lucro líquido.
No primeiro semestre de 2025, o lucro líquido da empresa foi de R$ 87,6 milhões, comparado a um prejuízo de R$ 3,3 milhões obtido nos seis primeiros meses de 2024.
A receita líquida foi de R$ 2 bilhões, alta de 22% na variação anual. O Ebitda do período foi de R$ 164 milhões, 140% maior na mesma comparação, com margem de 8,4%.
Fonte: Globo Rural.