Em meio a novas suspeitas de febre aftosa em Mato Grosso do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava em Roma, disse ontem que a doença já foi debelada. Em entrevista ao programa de rádio Café com o Presidente, gravada na capital italiana, ele ressaltou a transparência do governo ao comunicar o “caso isolado” à União Européia.
Lula garantiu: “já matamos todas as reses, já fizemos as barreiras nas fronteiras que era preciso fazer”. Segundo ele, o Brasil vai mostrar ao mundo “a eficácia e a ação do governo no sentido de não permitir que um caso isolado possa prejudicar o comércio de carne”.
O governo brasileiro, como disse o presidente, cumpriu o compromisso ético de comunicar o caso imediatamente a todos os seus parceiros. “O que estamos dizendo para eles é aquilo que pode ser considerada a mais absoluta verdade”.
Autoridades da pecuária de corte consideraram precipitada a avaliação do presidente de que o foco de aftosa em Mato Grosso do Sul estava debelado. “Debelar o foco não é resolver o problema econômico criado”, diz o presidente do Conselho Nacional da Pecuária de Corte e membro do Grupo Panamericano de Erradicação da Febre Aftosa da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Sebastião Costa Guedes.
Nas suas contas, deve levar pelo menos dois anos para que Mato Grosso do Sul volte a ser reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal como estado livre de febre aftosa sem vacinação.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Leonencio Nossa, com colaboração de Márcia De Chiara), adaptado por Equipe BeefPoint