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Lula divulga PAP, com recursos de R$ 78 bilhões

Na expectativa de alcançar uma produção 5% maior no campo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem na capital paranaense o Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009 (PAP), que prevê volume de crédito de R$ 78 bilhões, o que representa um incremento de R$ 8 bilhões em relação ao total liberado na safra 2007/2008.

Na expectativa de alcançar uma produção 5% maior no campo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem na capital paranaense o Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009 (PAP), que prevê volume de crédito de R$ 78 bilhões, o que representa um incremento de R$ 8 bilhões em relação ao total liberado na safra 2007/2008.

Para o Plano Agrícola de Agricultura Empresarial, serão destinados R$ 65 bilhões. Para o plano para a Agricultura Familiar, que será detalhado hoje em Brasília, serão outros R$ 13 bilhões. Esta foi a primeira vez que o PAP foi lançado fora de Brasília.

O presidente declarou que a renegociação que está sendo planejada para as dívidas agrícolas irá “desbloquear a agricultura brasileira para que ela possa ser muito mais produtiva. Há muitas dívidas impagáveis e incompatíveis com o valor principal”. A Medida Provisória 432, que irá regularizar o endividamento do setor e está no Congresso, prevê algum tipo de benefício para R$ 72 bilhões de um total de R$ 87,5 bilhões em débitos do setor rural. Lula lembrou, “e nós quisermos receber temos que dar condições de as pessoas pagarem”, afirmou.

Preocupado com o peso dos preços dos alimentos na inflação, o presidente disse que está interessando em descobrir até que ponto a especulação é responsável por isso: “Nós saímos de R$13 bilhões para R$ 260 bilhões de compras no mercado futuro de alimentos, e até pedi para que o Ministro da Fazenda juntasse uma equipe de pessoas, chamasse o Reinhold Stephanes, para a gente ver quais os efeitos disso no preço dos produtos hoje”, avisou.

Sobre o PAP para a agricultura familiar, o presidente disse que entre outras coisas será anunciado financiamento para que 60 mil tratores sejam entregues aos agricultores. Ele quer que os agricultores familiares não se restrinjam à produção de subsistência. “Quando o mundo precisar comer, o Brasil tem que dizer venha comprar porque o Brasil tem para vender”, afirmou.

Lula também defendeu a idéia de um plano agrícola para o longo prazo em substituição à política atual, que é anunciada todos os anos. “O que nós queremos, daqui para frente, não é todo ano anunciar um plano. Nós poderemos ter um plano para cinco anos. Na medida em que as regras estão bem estabelecidas, com políticas de seguro e de financiamento, as pessoas já sabem como têm que proceder para plantar”, disse.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, por sua vez, destacou que o anúncio do Plano Agrícola e Pecuário 2008/09 não é uma atitude isolada do ministério para apoiar a agricultura. “É um plano de todo governo”, afirmou. Dentro do grupo de medidas de apoio ao setor, Stephanes informou que o governo espera aprovar ainda este ano um projeto enviado ao Congresso Nacional que prevê a criação do Fundo de Catástrofe para o setor. Segundo o ministro, outra medida positiva, reivindicada pelo agronegócio, foi a liberação de recursos para a defesa sanitária e o investimento de cerca de R$ 1 bilhão em pesquisa agropecuária. Esses investimentos vão permitir à agricultura brasileira um novo “salto tecnológico”, explicou.

As informações são de Norberto Staviski, da Gazeta Mercantil.

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