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Lula pede que Fávaro aproxime governo do setor agro

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem pedido a ele para intermediar uma maior aproximação do governo com o setor agropecuário.

“O presidente Lula vive me falando: ‘Fávaro, me traz o agro aqui para uma reunião, eu quero saber o que preciso fazer para estar mais próximo dele’. Não me faltará respaldo político do presidente Lula, ele respeita muito o agro”, disse Fávaro durante o encontro de ex-ministros da Agricultura promovido nesta quinta-feira (27/4), em Brasília.

O ministro disse que questões ideológicas não devem “contaminar” a relação entre setor e governo. “Essa retórica de o presidente Lula não gostar do agro é sem fundamento”, destacou.

Ações do MST

Ao comentar a instalação da CPI das invasões de terra, Fávaro disse que o presidente Lula não compactua com a transgressão à lei. “A lei é muito clara, terra invadida não é passível de reforma agrária. A segurança jurídica e o direito à propriedade estão respaldados por lei. O presidente Lula e o governo não compactuam com transgressão à lei”, acrescentou.

Fávaro destacou ainda que os movimentos responsáveis pelas invasões já receberam essa mensagem do governo. “Com invasão não vamos avançar, não vai ter diálogo, não vai ter reforma agrária”, pontuou.

Conselho de ex-ministros

Fávaro convidou um grupo de ex-ministros da Pasta para serem seus conselheiros nesse início de gestão. Segundo ele, o objetivo é ter um canal direto com os colegas para que possa consultar e orientar o seu trabalho no ministério.

“Esse agronegócio tão pujante na economia brasileira não é fruto de uma pessoa só, muitos trabalharam juntos com os produtores rurais para fazer esse agro tão forte. Eu quero ter os ex-ministros como conselheiros com toda sua experiência para fazermos do agro esse grande orgulho do Brasil”, disse Fávaro.

Ele reuniu hoje 11 ex-ministros da Agricultura em um evento em Brasília. Estiveram presentes Cirne Lima, Luis Carlos Guedes Pinto, Francisco Turra, Antonio Cabrera, Arlindo Porto, Roberto Rodrigues, Neri Geller, Tereza Cristina e Marcos Montes. Os ex-ministros Alysson Paolinelli e Blairo Maggi participaram remotamente por vídeo.

Durante algumas horas, Fávaro ouviu as experiências dos ex-ministros nos respectivos períodos de gestão além de conselhos e sugestões de alguns. Um tema recorrente na reunião foi a necessidade do Ministério da Agricultura garantir segurança jurídica ao produtor, com o direito à propriedade privada resguardado.

A ex-ministra e senadora Tereza Cristina (PP-MS) disse que invasão de terras é “coisa do passado”. Fávaro afirmou que o governo não compactua com a transgressão da lei e que os atos são inconcebíveis.

Roberto Rodrigues disse que os próximos desafios da humanidade estão relacionados com segurança alimentar, energética e as mudanças climáticas, e que os três são resolvidos pela agricultura.

O ex-ministro Antonio Cabrera afirmou que o país precisa incentivar a agroindustrialização para que possa agregar valor à produção interna e deixar de ser exportador de produtos primários. Francisco Turra também defendeu essa linha e disse que o Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária, hoje próximo a R$ 1,3 trilhão, pode ser potencializado com essa agregação.

Cabrera ainda chamou a atenção para a volta dos debates sobre a formação de estoques reguladores e disse que o tema precisa ser bem analisado, já que o país vive outro momento. “Fui ministro de um presidente [Fernando Collor] que se elegeu denunciando estoques de alimentos apodrecidos na Conab”, disse o ex-ministro no evento.

Arlindo Porto destacou que Fávaro precisa manter relação próxima com o Congresso Nacional e fazer viagens ao exterior e ao interior do Brasil.

Legado

Fávaro afirmou que pretende usar os conselhos para construir seu legado à frente da Pasta. “Que talvez eu possa ser reconhecido como o ministro que vai dar continuidade a tudo isso que foi dito pelos ex-ministros, e ser reconhecido como um ministro que foi contemporâneo, olhou um pouquinho à frente do seu tempo, preparando o agronegócio dos próximos 50 anos com tecnologia, algoritmos, com a Embrapa do futuro, com sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. Talvez ser o ministro do reconhecimento mundial de que o Brasil produz com respeito ao meio ambiente”, concluiu.

Fonte: Valor Econômico.

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