Na reunião da CPI das Carnes de ontem (25) representantes de frigoríficos foram ouvidos a portas fechadas. O vice-presidente do Centro Tecnológico do Couro, Calçados e Afins (CTCCA), Ricardo Michaelsen, afirmou que o mau manuseio do couro, desde o campo, passando pelos frigoríficos até o processo de conservação, fazem com que o Brasil perca em torno de US$ 1 bilhão em 2003.
“Hoje poderíamos estar dobrando as exportações se houvesse melhor manejo do couro, principalmente no Estado”, disse. O valor das perdas sobe para US$ 1,5 bilhão se forem considerados produtos de valor agregado. “Em vez de exportar, estamos importando matéria-prima”, destacou.
Michaelsen afirmou também que o Estado é o berço do calçado e possui um parque fabril de padrão internacional, mas importa matéria-prima, inclusive de Estados menos desenvolvidos. O preço do couro gaúcho no mercado internacional é de US$ 30, enquanto o argentino e norte-americano valem o dobro. “A melhoria de qualidade da pele bovina poderia gerar empregos e produtos de maior qualidade e valor agregado”, frisou.
Ao finalizar seu depoimento, ele apontou que 60% das causas da baixa qualidade do couro gaúcho estão no campo: eco-parasitas, como berne (40%), manejo inadequado (10%) e arame farpado (10%). O restante fica por conta do transporte e o abate nos frigoríficos.
Fonte: Clic RBS/Agrol, adaptado por Equipe BeefPoint