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Maggi: quem preservar floresta deve ser compensado

O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, defendeu ontem (05) que pecuaristas sejam compensados financeiramente pelas áreas do bioma amazônico que deixarão de ser desmatadas para tornar viável o cumprimento das exigências dos maiores frigoríficos do país, que na manhã de ontem (05) assinaram compromisso com a organização não-governamental (ONG) Greenpeace de não comprar matéria-prima de áreas desmatadas da Amazônia.

O governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, defendeu ontem (05) que pecuaristas sejam compensados financeiramente pelas áreas do bioma amazônico que deixarão de ser desmatadas para tornar viável o cumprimento das exigências dos maiores frigoríficos do país, que na manhã de ontem (05) assinaram compromisso com a organização não-governamental (ONG) Greenpeace de não comprar matéria-prima de áreas desmatadas da Amazônia.

Segundo ele, o Brasil vai propor na Conferência do Clima de Copenhague, em dezembro, que os produtores rurais sejam remunerados por não explorar os 20% de suas propriedades que fazem parte da região amazônica cujo desmatamento é autorizado pela legislação atual. “Na última reunião do Fórum de Governadores da Amazônia com o presidente Lula e ministros, ficou decidido que essa reivindicação vai para Copenhague. O presidente ainda quer conversar com outros presidentes da Amazônia sul-americana para a apresentação de uma proposta conjunta, mas a posição do Brasil já está tomada”, afirmou Maggi.

“Na minha avaliação, isso se transforma em assunto de extrema urgência e relevância. Aquele que tem o direito de usar 20% de sua propriedade precisa ter a opção de transformar isso em atividade economia tradicional ou moderna, que é preservar o meio ambiente, mas receber por isso. Se a proposta for vitoriosa em Copenhague, vai ser um impulso muito grande para o desmatamento zero na Amazônia”, acrescentou.

Maggi esteve presente, ontem dia 05, ao evento que marcou a assinatura do compromisso dos frigoríficos JBS Friboi, Bertin, Marfrig e Minerva de, dentro de seis meses a partir da assinatura do acordo, não comprarem mais boi gordo proveniente de fazendas localizadas em áreas desmatadas da Amazônia. Nesse prazo, todos os seus fornecedores devem estar devidamente cadastrados para que o monitoramento seja possível. O governador apoiou a iniciativa, mas ressaltou a dependência de alguns Estados do agronegócio e, portanto, da necessidade da existência de uma contrapartida aos produtores.

“A questão ambiental não se resolve com tanta simplicidade. Hoje está sendo assinada uma carta de intenções. Vai levar algum tempo para chegar a um nível ótimo para todos – pecuaristas, frigoríficos e varejo”, disse.

O Estado do Mato Grosso, um dos líderes em desmatamento no país, vai fornecer aos frigoríficos sistema de monitoramento por satélite para o acompanhar o desmatamento da área utilizada para pecuária na Amazônia. O Greenpeace também deve ajudar na fiscalização, mas o acordo não implica em nenhum tipo de penalidade aos frigoríficos que não cumprirem o compromisso.

O texto assinado ontem (05) prevê ainda que os frigoríficos rejeitem invasão de terras indígenas, trabalho escravo e grilagem, entre outros pontos.

A reportagem é de Tatiana Freitas, para a Agência Estado, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. michel haddad neto disse:

    A visão do governo é atual e atende ao colonialismo das ONGS (paises dominadores), é completamente equivocada em aceitar imposições que impedem o desenvolvimento sustentável.

    Primeiro, devemos considerar que boa parte dos produtores rurais já estão em MT desde a década de 70, onde eram obrigados com dificuldades a abrirem suas fazendas, fato que não pode ser esquecido pelo governo atual.

    Segundo está sendo colonizado pelos paises dominadores que não respeitaram suas florestas e agora querem impedir nosso desenvolvimento sustentavel.

    Cabe esclarecer que, sou contra derrubadas ilegais, mas cada fazenda tem o direito de utilizar se adequadamente de suas terras e com viabilidade economica proporcional ao investimento já efetivado.

  2. Fábio Talayer Torres disse:

    “O Greenpeace também deve ajudar na fiscalização, mas o acordo não implica em nenhum tipo de penalidade aos frigoríficos que não cumprirem o compromisso.”

    Isso só fará com que os frigorificos tenham um motivo de depreciar o valor da arroba na região já que não averão penalidades para o não cumprimento do acordo. Nunca vi frigorifico fiscalizar nada, e que autoridade tem o Greenpeace de fiscalizar uma atividade dessas. Isso é responsabilidade do IBAMA, Ministério do Meio Ambiente e Misistério Público. É mais um ato de terrorismo por parte de ambientalisas inconsequentes e o mais triste é que nosso governo assina em baixo.

  3. jose carlos targa disse:

    Paabens ao Governador Maggi, que defende uma compensação aos pecuaristas que irão desfrutar somente de 20% de sua area total.
    Mas, e aqueles que desmataram ao longo dos anos 80, 90, mais de 50% de suas áreas como vão ficar?
    Gostaria de obter esta resposta.

  4. Alvaro Cardoso disse:

    Prezado Srs leitores do Beefpoint

    Achei o artigo interessante pois remete a um projeto de âmbito internacional que em tese considera não só o proprietário mas todos como responsaveis pelo meio ambiente. Sendo assim o Poder Publico por meio de Projeto de Lei deve remunerar todo aquele que preservar os recurso naturais. Portanto, não somente aqueles da Amazônia devem ser compensados por manter a floresta como também o restante do país. Já existe varios municipios Brasil afora adotando leis organica que de certa forma remuneram aqueles que preservam o meio ambiente.

    Já fora alvo por duas vezes no Globo Rural uma matéria sobre um projeto de Lei criado em Extrema/MG que em síntese remunera o proprietário que adota entre outras medidas ambientais. isto sim é uma forma ativa do Poder Público estimular a preservação dos recursos naturais, sendo parceiro em uma empreitada que não é só do proprietário mas sim de todos nós.

    A atual legislação da forma como vem sendo aplicada de forma alguma conseguirá êxito, sobretudo nas regiões Sudeste, Sul e NOrdeste haja vista o desmatamento ter ocorrido muito antes da promulgação do Código Florestal. Sendo assim é incoerente imputar este ônus de reflorestamento a estes proprietários.

    Sendo assim a remuneração àqueles que preservar o meio ambiente deve ser alvo de discussão no meio público e de concientização por parte daqueles que nos representam, caso contrário continuaremos a ser tratados como criminosos, fora da lei etc. Imputar o ônus de preservar o meio ambiente somente a nós proprietários é fazer cortezia com chapéu alheio, não podemos deixar que isto permaneça.

    Nós proprietários devemos receber por preservar, haja vista já a grande tarefa que é produzir neste país. Todos os proprietários dos municipios devem requerer dos seus prefeitos,vereadores, a criação de leis que permita ao Poder Publico da sua cidade a destinar parte dos recursos financeiros a esta questão ambiental sob pena de mais um pouco ser tarde demais. Um modelo já existe bem perto de nòs, na cidade de Extrema/MG, liguem lá e peçam informações, inclusive terá um curso naquela cidade promovido pela Esalq, Cati e o próprio município com o fim de divulgar este projeto.

    Gostaria se possível deste site (blog) que divulgasse o curso que terá em Extrema/MG sobre o Projeto “Conservador das Águas” . É uma oportunidade do Poder Público de sua cidade participar e quem sabe implementar e assim certamente teremos um parceiro.

    email para informação> a.c.fpadua@hotmail.com, ou entrar no site da cidade de Extrema/MG

    atenciosamente

    Alvaro

  5. levino dias parmejiani disse:

    As empresas JBS Friboi, Bertin, Marfrig e Minerva também assinarão acordo com o Greenpeace para fiscalizarem suas plantas (frigorificos e curtumes) juntamente com as ONGs e os MINISTÉRIOS PÚBLICO locais?
    Aguardamos a resposta.