As exportações de carne bovina em maio ficarão abaixo do volume embarcado no mesmo mês de 2001, prevê o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Edivar Queiroz. “A Argentina voltou ao mercado oferecendo produtos a preços menores. As exportações serão menores em volume e receita cambial em maio”, afirma.
Devido a problemas sanitários (aftosa), a Argentina ficou 11 meses sem exportar carne bovina fresca. Entre março de 2001 e fevereiro de 2002, sem a Argentina e também o Uruguai, o Brasil exportou volumes significativos de carne bovina, principalmente à União Européia. “Nosso grande problema está sendo disputar o mercado europeu com a Argentina”, admite Queiroz. “Mesmo com a alta de segunda-feira do dólar no mercado brasileiro, a arroba do boi gordo vale bem menos na Argentina”.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que as exportações de carne bovina in natura somaram 28.455 toneladas em maio de 2001, com receita cambial de US$ 60,110 milhões, valor FOB. O total exportado não equivale ao volume em equivalente carcaça. Em maio de 2001, as exportações de carne bovina industrializada somaram 12.725 toneladas e geraram receita cambial de US$ 25,842 milhões, também FOB. Em abril deste ano a renda obtida com as exportações de carne bovina somou US$ 53,62 milhões, queda de 8,57% em relação ao mesmo mês de 2001.
As escalas de abate de boi gordo continuam curtas, montadas para três dias, mas os frigoríficos evitam elevar os preços de compra em São Paulo, informa o analista da Scot Consultoria, Stavros Platon Tseimazides. “Os frigoríficos paulistas compram em outros Estados para evitar uma alta de preços no mercado de São Paulo”, afirma. A consultoria informa que os bovinos são vendidos a R$ 43,50 a arroba em Barretos e R$ 42,50 a arroba em Araçatuba. “Alguns negócios saíram a R$ 44 por arroba em Barretos”, afirma Tseimazides.
Em Minas Gerais, informa a Scot, os preços subiram R$ 0,50 a arroba no Triângulo Mineiro para R$ 42, e R$ 1 em Belo Horizonte, para R$ 41 a arroba. Em Mato Grosso do Sul, os preços do boi gordo são de R$ 41 a arroba em Dourados e Campo Grande e estão estáveis. Em Alta Floresta, Mato Grosso, os preços recuaram R$ 0,50, para R$ 36,50 a arroba. No sudoeste do Mato Grosso, Cuiabá e Barra do Garça, preços estáveis a R$ 38 a arroba. No atacado, a oferta de venda é pequena e os preços do dianteiro podem subir, prevê o analista. Hoje, os cortes de traseiro e dianteiro são vendidos a R$ 3,20 e R$ 1,90 o quilo.
Fonte: O Popular/GO, adaptado por Equipe BeefPoint