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Maior exportação dos EUA ao Japão em 2013 diminuirá oferta no mercado mundial, e Canadá também comemora

O problema para os exportadores dos Estados Unidos é que a esperada redução na produção em 2013 deixará menos carne bovina disponível para exportação e tornará a mesma mais cara que em 2012. Após um aumento de 19% no valor de suas exportações ao Japão no ano passado, será difícil ver as exportações dos Estados Unidos ao Japão aumentarem no mesmo valor em 2013

Os Estados Unidos anunciaram formalmente o acordo feito com o Japão sobre o maior limite de idade sobre a carne bovina americana importada. O Representante Comercial dos Estados Unidos, Ron Kirk, e o secretário da Agricultura, Tom Vilsack, disseram em declaração que os Estados Unidos e o Japão concordaram com novos termos e condições que preparam o caminho para a expansão das exportações de carne bovina americana.

Pelos termos do acordo, a partir de 1 de fevereiro, o Japão passou a permitir a importação de carne bovina dos Estados Unidos de animais de menos de 30 meses de idade, relaxando o limite imposto anteriormente de 20 meses, devido aos riscos da encefalopatia espongiforme bovina (EEB). A declaração sugeriu que as mudanças resultariam em centenas de milhões de dólares em exportações adicionais de carne bovina dos Estados Unidos ao Japão nos próximos anos. “Essa é uma excelente notícia para os pecuaristas americanos e companhias de carne bovina que podem agora – como resultado desse acordo – aumentar suas exportações de carne bovina a seu maior mercado na Ásia”, disse Kirk.

O Japão proibiu toda a carne bovina dos Estados Unidos em dezembro de 2003, após o registro de um animal positivo para EEB nos Estados Unidos. Em julho de 2006, o mercado foi parcialmente reaberto para permitir importações de carne bovina de animais de 20 meses de idade ou menos, produzida sob um programa especial para o Japão.

Mais ao norte, a indústria de carne bovina do Canadá também está celebrando essa oportunidade de vender mais carne bovina ao Japão. “Esse é um anúncio animador e estávamos buscando isso há algum tempo”, disse o presidente da Associação Canadense de Pecuaristas, Martin Unrau.

A Canadá Beef Inc., braço de marketing da indústria, disse que a decisão poderia potencialmente dobrar as vendas de carne bovina canadense ao Japão, para cerca de US$ 150 milhões por ano. De 2000-2003, antes da imposição da barreira e da restrição comercial posterior, o Japão comprava em média cerca de 450.000 toneladas de carne bovina e produtos derivados dos Estados Unidos por ano. Em 2011, o comércio dos Estados Unidos totalizou cerca de 207.000 toneladas, sugerindo que havia um grande potencial para expansão sob as regras revisadas.

A Global AgriTrend previu que em 2013 haverá uma expansão de 27% nas exportações de carne bovina dos Estados Unidos ao Japão (+54.000 toneladas, peso carcaça), à medida que o número de animais permitidos aumenta aproximadamente de 20% do estoque de abate dos Estados Unidos, para mais de 95%, baseado na verificação da dentição aos 30 meses de idade.

Como resultado, as verificações de idade premiums no gado dos Estados Unidos elegíveis para o Japão deverão parar, disse analista dos Estados Unidos, Brett Stuart, da Gloval AgriTrends. Entretanto, o aumento de preço para língua, mandril e outros itens subutilizados altamente valorizados no Japão mais do que nos Estados Unidos poderão compensar as verificações de idade premiums, à medida que o valor de todo o gado aumentará, disse ele.

“É importante entender o impacto nos Estados Unidos e no fluxo global e preços da carne bovina. O Japão está enfrentando uma situação de quase recessão atualmente e os preços do gado/carne bovina dos Estados Unidos estão registrando recordes. Em termos históricos relativos (preços em iene versus Austrália), a carne bovina dos Estados Unidos continua competitiva no mercado”.

 

 

Escrevendo no Cattle Buyers Weekly (CBW), o editor Steve Kay disse que a mudança no acesso pode não ter efeito dentro de vários meses. Embora os detalhes específicos de logística para resolver questões de acesso possam ser resolvidos, a mudança deverá ser finalizada na primeira metade de 2013, ele foi informado pelo presidente da Federação de Exportações de Carne dos Estados Unidos (USMEF), Phil Seng.

O espaço no mercado do Japão (as importações de 2012 de todos os fornecedores foram de aproximadamente 575.000 toneladas comparado com 857.715 toneladas em 2000) é uma oportunidade para os Estados Unidos retomarem as vendas pedidas ao mercado de maior margem do mundo, disse Seng.

O problema para os exportadores dos Estados Unidos é que a esperada redução na produção em 2013 deixará menos carne bovina disponível para exportação e tornará a mesma mais cara que em 2012. Após um aumento de 19% no valor de suas exportações ao Japão no ano passado, será difícil ver as exportações dos Estados Unidos ao Japão aumentarem no mesmo valor em 2013, à medida que o país continua em recessão, disseram analistas do CBW.

A reportagem é do Beefcentral.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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