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Maioria dos acionistas da JBS vota contra plano de listagem nos EUA

Nesta quinta-feira (22), a JBS fez uma contagem inicial dos votos dos acionistas. O resultado, divulgado em comunicado ao mercado, indicou que a maioria (52%) se opõe à proposta da empresa de listar suas ações nos Estados Unidos, colocando em risco um plano que impulsionou uma forte alta de suas ações.

A contagem preliminar ressaltou que a questão será decidida em uma reunião de acionistas na sexta-feira (23), que tabulará os votos pendentes dos acionistas minoritários.

Durante a manhã desta quinta, as ações da JBS avançaram 1%. No entanto, na sequência, os ganhos foram perdidos com o recuo de mesmo percentual. Desde março, os papéis da empresa estão subindo, acumulando alta de 30%, motivada pelo otimismo com que o mercado recebeu a notícia da possível listagem na bolsa americana.

Os planos da JBS para a listagem nos EUA foram adiados várias vezes na última década, prejudicados por escândalos envolvendo os principais acionistas da empresa, os irmãos Joesley e Wesley Batista, bem como por preocupações sobre seus impactos ambientais e a transparência de suas metas climáticas.

Desde que a SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, deu sinal verde para a listagem em Nova York, no final de abril, grupos ambientalistas e políticos americanos têm manifestado preocupações.

O documento divulgado nesta quinta mostrou que 271 milhões de votos foram contra a proposta de tirar as ações da Bolsa de Valores do Brasil para criar uma listagem dupla EUA-Brasil, através de uma entidade cuja sede é na Holanda. Outros 246 milhões votaram a favor e três milhões se abstiveram.

Em uma assembleia de acionistas nesta sexta-feira (23), a JBS espera tabular até 210,0 milhões de votos adicionais de acionistas minoritários, de acordo com uma pessoa familiarizada com o processo, que disse que esses votos podem mudar o resultado a favor do plano da empresa.

Se a proposta for aprovada, as ações da JBS serão negociadas na Bolsa de Valores de Nova York e na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDRs).

Recomendações recentes das empresas de consultoria Glass Lewis e Institutional Shareholder Services (ISS) lançaram novas dúvidas sobre a proposta. Ambas questionaram a estrutura da listagem, alertando que poderia acabar enfraquecendo os direitos dos acionistas minoritários.

De acordo com a estrutura proposta, uma empresa sediada na Holanda emitirá ações Classe A, que serão negociadas publicamente, e ações Classe B, que terão 10 vezes mais poder de voto. Em um cenário potencial, os acionistas controladores da JBS poderiam ficar com 85% do poder de voto.

A JBS defendeu a estrutura proposta, dizendo aos acionistas em uma carta que a ISS não havia reconhecido o valor estratégico dos acionistas controladores para alcançar uma posição de liderança no setor global de carnes.

Fonte: Forbes.

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