O comissário do Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, rejeitou fortemente as afirmações de que está "vendendo" a indústria de carne bovina apoiando uma nova proposta para um acordo comercial global. Ele também disse que a vasta maioria dos Estados Membros da UE estava apoiando o controverso pacote, que poderia destravar sete anos de impasse nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O comissário do Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, rejeitou fortemente as afirmações de que está “vendendo” a indústria de carne bovina apoiando uma nova proposta para um acordo comercial global. Ele também disse que a vasta maioria dos Estados Membros da UE estava apoiando o controverso pacote, que poderia destravar sete anos de impasse nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC).
“Não existe nada que estamos negociando neste acordo que prejudicaria qualquer parte da agricultura européia. A indústria de carne bovina, assim como as outras no setor rural da Europa, tem um forte futuro”, disse Mandelson, que vem sendo criticado pela Associação de Produtores Rurais da Irlanda (IFA) por apoiar os cortes de tarifas nas importações de carne bovina, alegando que isso destruirá o setor.
Mandelson, que era o negociante chefe da UE na maratona de negociações da OMC em Genebra, disse que os produtores irlandeses estão exagerando o impacto dos cortes de tarifas. “Acredito que como resultado desta rodada eles estarão equipados e fortes para competir efetivamente no mercado europeu”, disse Mandelson ao The Irish Times.
Pela proposta de compromisso apresentada nas negociações pelo diretor geral da OMC, Pascal Lamy na sexta-feira à tarde, as tarifas às importações de carne bovina pela UE teriam que cair em 23% nos próximos cinco anos. A UE também assinaria um acordo em que aceita a cota de 290 mil toneladas de carne bovina com tarifas muito baixas em troca de rotular a carne bovina como um produto sensível. Esta designação significa que o corte padrão nas tarifas de 70% proposto para as importações de produtos agrícolas pela UE não terão efeito.
Os negociadores da UE também trabalharam para garantir que 45% das 290 mil toneladas de cota com baixas tarifas serão de carne com menor classificação que não competirão com a carne bovina da Irlanda de alta qualidade, exportada para outros países europeus.
A comissária da Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel, rejeitou os alertas feitos pela IFA de que as medidas representam um desastre para o setor de carne bovina, dizendo que a indústria tem um bom futuro e poderá buscar novos mercados nos estados em desenvolvimento no caso do fechamento do acordo.
Ela também prometeu usar a reforma proposta da Política Agrícola Comum (PAC) da UE, conhecida como health check, para tentar encontrar novas maneiras de apoiar os produtores de carne bovina e de leite.
O ministro da Agricultura da Irlanda, Brendan Smith, disse que não pode aceitar a análise de Boel de que o setor de carne bovina irlandês não será seriamente afetado pelos cortes propostos nas tarifas. Ele disse que o Governo tem levantado suas preocupações em todas as reuniões com os negociadores europeus em Genebra e continuará fazendo isso.