A forma de implantação da rastreabilidade nas propriedades rurais brasileiras deve passar por mudanças. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acaba de formar uma comissão multisetorial que terá a tarefa de elaborar o projeto final da certificação por propriedade. A proposta inicial, desenvolvida pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), foi aprovada na semana passada, durante reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina.
O grupo tem até o dia 26 de outubro para concluir o trabalho. A equipe conta com a participação de vários setores da cadeia produtiva da carne. Além do diretor da ABCZ Nelson Pineda, integram a comissão representantes da CNA e das certificadoras, além de técnicos do Mapa. Vale lembrar que, ao optar pela certificação por propriedade, o pecuarista deve continuar fazendo a identificação individual dos animais. Ela pode ser feita utilizando a marca de fogo, brinco ou chip. A escolha do método ficará a critério do produtor rural. “Caberá à certificadora credenciada validar, junto ao Banco Nacional de Dados do SISBOV [Sistema Brasileiro de Certificação de Origem Bovina e Bubalina], a auditabilidade do sistema de identificação dos animais utilizado na propriedade”, informa Pineda. O número de cada bovino também deverá ser armazenado no próprio banco de dados da fazenda.
Com a certificação por propriedade, todo trabalho da fazenda deve ser registrado, como, por exemplo, a aplicação de vacinas e outros produtos veterinários. “As propriedades que produzem com o intuito de exportar carne já fazem isso até porque o mercado internacional é muito exigente com relação às questões sanitárias”, destaca. A emissão dos certificados ficará a cargo das certificadoras credenciadas pelo Mapa. A propriedade passará a ter o “Protocolo de Produção e Controle” e será registrada no banco de dados do SISBOV. Esse protocolo deverá descrever minuciosamente o funcionamento do sistema de produção da fazenda. No final, o pecuarista assina um compromisso de que irá continuar realizando os procedimentos relacionados no protocolo.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) (por Larissa Vieira), adaptado por Equipe BeefPoint