O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) começa a reauditar, na próxima semana, as propriedades rurais de Mato Grosso enquadradas no Sistema de Rastreabilidade Bovina (Sisbov) e que já fazem parte da lista para exportar cortes bovinos aos países da União Europeia (UE).
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) começa a reauditar, na próxima semana, as propriedades rurais de Mato Grosso enquadradas no Sistema de Rastreabilidade Bovina (Sisbov) e que já fazem parte da lista para exportar cortes bovinos aos países da União Europeia (UE).
Segundo a coordenadora estadual do Sisbov, Patrícia Cristina Borges Dias, o trabalho de reauditagem começará pelas propriedades com sistema de confinamento, onde a movimentação de gado para abate e exportação é maior.
O Comitê Técnico da União Europeia (UE) ampliou para 320 o número de propriedades mato-grossenses habilitadas a exportar carne bovina in natura para o mercado europeu dentro das normas do Sisbov. O número de animais existentes nessas propriedades não foi informado pelo Mapa. Patrícia Borges informou que existe ainda uma lista de mais 200 fazendas aguardando aprovação da União Europeia.
As liberações ocorrem após auditorias realizadas nas fazendas pelos técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), que voltou a atuar na auditagem. O resultado do trabalho passa pela avaliação de uma comissão estadual do Sisbov e em seguida é encaminhada ao Mapa, em Brasília. Lá é feita uma nova avaliação para posterior envio da documentação à Comissão Veterinária da UE, que dá seu parecer final sobre a liberação e disponibiliza a nova lista em seu site.
A auditoria nas propriedades dura em média dois dias e consiste, entre outras atividades, na análise de controles de rastreabilidade das fazendas, levantamento do número de animais e de brincos, manejo sanitário, insumos e, principalmente, identificação dos animais, confrontando as informações com o banco de dados do Sisbov. Este procedimento pode levar até 60 dias. O prazo médio para a liberação da propriedade, após a aprovação da auditagem, gira em torno de 20 a 30 dias até à publicação oficial pelo comitê europeu.
Patrícia Borges, que retornou recentemente de uma viagem ao Canadá – onde foi conhecer o sistema de rastreabilidade daquele país – constatou “avanço” do Sisbov. “O sistema canadense é muito bom, pois obrigou todas as propriedades a adotarem a rastreabilidade após a ocorrência da doença da vaca louca. No Brasil o sistema não é obrigatório, mas a rastreabilidade é melhor por permitir maior controle de movimentação do rebanho bovino, como a exigência da Guia de Trânsito Animal, que não existe no Canadá”, avalia. Ela informou que no Canadá as propriedades são menores, por meio de criação intensiva em função da deficiência na oferta de pastos.
Numa comparação com o sistema canadense, ela constata que a rastreabilidade brasileira é superior devido aos programas de defesa sanitária bastante avançados. “O nosso sistema, mesmo que voluntário, obriga a identificação individual de todos os animais da fazenda. Se a propriedade não estiver enquadrada ao Sisbov, ainda assim o governo brasileiro exige o GTA, que controla do trânsito de animais entre as propriedades”, frisou ela.
A matéria é de Marcondes Maciel, publicada no Diário de Cuiabá, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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É muito importante conhecermos de perto os sistemas de rastreabilidade de outros países exportadores de carne, ainda que as realidades sejam diferentes, para avaliarmos melhor os pontos fortes e fracos do nosso sistema. E fico feliz em ouvir a análise da Dra Patrícia Borges. Precisamos valorizar mais o que construímos ao longo destes anos e evoluir a partir desta experiência.
Att,