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Mapa: é cedo para avaliar impacto nas exportações

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Gabriel Maciel, disse hoje que ainda não é possível avaliar o impacto econômico que a ocorrência do foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul poderá trazer para o Brasil. “Ainda é prematuro trabalhar com conjecturas, porque ainda não temos elementos suficientes para fazer o diagnóstico. O importante é que todas as medidas sanitárias emergenciais para evitar a disseminação do foco foram adotadas”.

O secretário informou que o Mapa programou em seu orçamento deste ano recursos da ordem de R$ 3,5 milhões para o combate à febre aftosa no Mato Grosso do Sul. Ele explicou, no entanto, que os recursos ainda não foram repassados porque existem mecanismos de liberação que devem obedecer a todo um planejamento feito pelo Ministério da Fazenda.

“Mas este processo agora deverá ser acelerado e o dinheiro deve chegar ainda em outubro no Estado”. Além dos recursos do governo federal, o combate à febre aftosa tem contrapartida estadual e dinheiro do Fundo Emergencial para Eventos Sanitários, constituído por meio de parceria com a iniciativa privada.

Entre as medidas adotadas para controlar o foco, o secretário destacou a interdição da propriedade, localizada no município de Eldorado, e dos municípios que têm áreas situadas num raio de 25 km do foco (Eldorado, Itaqüiraí, Japorã, Iguatemi e Mundo Novo). “A interdição vai durar até que se concluam os testes que vão avaliar a circulação do vírus, o que pode chegar até seis meses”, explicou Gabriel Maciel.

Clique no mapa abaixo para ampliar.

Os frigoríficos localizados nos cinco municípios estão impedidos de exportar carne bovina. São três pequenos estabelecimentos: Bom Charque (Iguatemi), Frigorífico Iguatemi (Iguatemi) e Bom Fran (Eldorado).

O Mato Grosso do Sul é o segundo maior exportador de carne bovina do País, totalizando US$ 227 milhões entre janeiro e agosto deste ano, de uma receita total US$ 1,722 bilhão com as vendas externas do produto no período. No ano passado, o Mato Grosso exportou US$ 118 milhões em carnes bovinas.

Foco

A Agência de Defesa Agropecuária do Mato Grosso do Sul (Iagro) recebeu no dia 30 de setembro notificação da suspeita do foco. No dia seguinte, 1o de outubro, veterinários do órgão de defesa estadual iniciaram a visita e confirmaram os sintomas físicos da aftosa. Imediatamente, a propriedade foi interditada e feita coleta de material para exames de laboratórios.

No dia 03 de outubro, o material foi encaminhado ao Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), do Mapa (Mapa), localizado em Recife (PE). No dia 09 o laboratório confirmou a ocorrência do vírus tipo “O”. Desde que a suspeita foi comunicada ao Iagro, foram adotados os procedimentos recomendados nos casos de emergência sanitária, inclusive com sacrifício dos bovinos existentes no foco.

O rebanho da propriedade totaliza 582 bovinos e até ontem (09/10) 153 animais haviam manifestado sintomas da febre aftosa. Apenas a investigação epidemiológica que já foi iniciada poderá identificar a origem da doença.

Amanhã (11/10) o secretário de Defesa Agropecuária deverá se reunir com os secretários de Agricultura e representantes das agências de defesa agropecuária dos estados vizinhos ao Mato Grosso do Sul (São Paulo, Goiás, mato Grosso, Goiás, Paraná e Minas Gerais) para discutir a ocorrência do foco. Na quarta-feira, Gabriel Maciel irá ao município de Eldorado, onde terá reunião com representantes do Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa), secretaria de Agricultura, do Iagro e outros órgãos.

Verbas

Gabriel Maciel disse ainda que o ministro Roberto Rodrigues está negociando com o Ministério da Fazenda recursos extras de R$ 90 milhões para a sua pasta. “Deste total, R$ 35 milhões serão destinados para a defesa sanitária animal”, acrescentou o secretário.

Ele lembrou que o Mapa recuperou R$ 91 milhões do seu orçamento para o ano 2005. De uma previsão inicial de 167 milhões, o orçamento do Mapa foi reduzido para R$ 37 milhões, por conta do contingenciamento da verba. O secretário garantiu que dezoito estados estão com empenho assegurado, ou seja, com repasse de recursos garantidos.

Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. César Augusto Sandri disse:

    O que mais me assusta já não é a corrupção desse governo. Outros já a praticavam e o país agüentou. O que mais está me apavorando é a imcompetência do governo.

    A agricultura está arrasada pela política econômica equivocada do seu Palocci, os programas sociais estão parados, e agora para piorar, por falta de recursos federais que deveriam ser aplicados na defesa sanitária, surge a aftosa no MS que desmonta todo o mercado externo de carnes conquistado a duras penas pela cadeia produtiva.

    Dizem que a economia vai bem. Claro, pagando 19% de juros, qualquer quebrado faz bonito, pode beber e comer do melhor. Só que um dia a conta chega. Até quando nós vamos agüentar essa urucubaca? Estão desmoronando o país e ninguém diz nada.

    César Augusto Sandri
    Mineiros-GO

  2. João Bosco Altoé Júnior disse:

    Com este caso temos mais uma vez que observar o provável acontecer. Provável porque temos um governo que não disponibiliza recursos para o setor agropecuário nacional, temos uma lastimável política sanitária. Mas o que não se pode admitir á que um setor que gere tanta renda, empregos e ate mesmo alimentos tenha um descaso como este que o nosso governo tem.

    Deve-se investir em qualidade, não só o pecuarista, mas o governo também, afinal tanto imposto para que?

    Outro problema são pecuaristas sem instrução que agem de forma irresponsável ao não vacinar seu rebanho e acabam prejudicando os demais produtores. Nesta situação, como sempre, espero que os pecuaristas que sejam produtores de verdade consigam dar a volta por cima e conquistar um crescimento sustentável, com volume de produção e qualidade.

  3. Ederson de Azevedo Ribeiro disse:

    Todos nós aqui da divisa do Paraná com o Mato Grosso do Sul sabemos que o contrabando de animais do Paraguai é intenso e contínuo. Nas regiões remotas do Paraguai, a febre aftosa é endêmica. Inclusive nesses municípios de divisa com MS existem pessoas especializadas em buscar animais no Paraguai.

    Só a defesa sanitária não enxerga. E ainda queriam liberar importação. Um total absurdo!

  4. Otavio Cesar Bucci disse:

    É, o que dizer? Se não fosse trágico, seria cômico.

    Já faz tempo que venho defendendo a tese de que o governo deve sair da defesa agropecuária entregando para a iniciativa privada através de concessão mais esta tarefa, e o governo ficaria como fiscalizador e normatizador, pois os órgãos estaduais de defesa agropecuária são, a exemplo do mapa, uma verdadeira calamidade em termos de recursos para exercer suas atividades. Muito embora tenham quadros muito capacitados, estão sempre a mercê dos governantes de plantão que diga se nunca levam a defesa agropecuária a serio.

    Quem sabe agora que o Brasil corre o risco de perder mercados isto sirva de alerta.

  5. Marcelo Jose Costa disse:

    Se nós, pecuaristas, não nos unirmos, continuaremos sendo vítimas desses absurdos, dessa violência, desse descaso total das autoridades… Mais uma vez o prejuízo ficará em nossas mãos.

    Agora sim esse incompetente e corrupto governo irá correr e tentar mostrar à sociedade que está agindo, que tem trabalhado.

    Infelizmente para o setor pecuário e para nós produtores será tarde demais!

    Marcelo José Costa
    Médico veterinário
    Pecuarista – Três Lagoas-MS