O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) encaminhou ao governo russo, na última sexta-feira (18/06), por intermédio da embaixada brasileira em Moscou, todos os esclarecimentos solicitados pelo Departamento de Veterinária da Federação da Rússia sobre o foco de febre aftosa detectado no município de Monte Alegre, no noroeste do Pará.
“A expectativa agora é de que as exportações de carnes para a Rússia, suspensas temporariamente, se normalizem segunda (21/06) ou terça-feira (22/06)”, acredita o diretor do Departamento de Defesa Animal do Mapa, Jorge Caetano. Ao confirmar a ocorrência do foco, o diretor disse não haver justificativa técnica para a suspensão das exportações de carne por qualquer mercado comprador do produto brasileiro.
A Rússia decidiu suspender as inspeções e emissões de certificados de exportação de carnes realizadas por veterinários russos nos portos brasileiros até avaliação das informações prestadas pelo Mapa.
No Porto de Itajaí, os técnicos russos que acompanham o embarque das cargas não emitiram certificados e não inspecionaram novos lotes.
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, admite preocupação com a decisão da Rússia, mas “como a carne bovina do Pará está fora do mercado externo, pois é considerada uma área de alto risco, estamos com a tranqüilidade de que uma informação nessa direção resolverá o caso”, afirmou o ministro.
Quem deve querer ganhar são os concorrentes do Brasil na área de carnes, alertou o ministro, “tentarão usar a suspensão para minimizar a condição de competição do País”.
A Rússia é responsável por 12% das importações de carnes do Brasil. Em 2003, o Brasil exportou 122 mil toneladas de carne bovina para a Rússia, vendas que renderam US$ 100 milhões em receita cambial, mostram números da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec). A Rússia foi o terceiro principal comprador de carne bovina no ano passado. No acumulado do ano até maio, as exportações somaram 37 mil toneladas e renderam US$ 53 milhões. Em maio passado, os russos foram os principais compradores da carne brasileira.
Atualmente, 88% do rebanho brasileiro de 182 milhões de cabeças são livres de febre aftosa com vacinação. De acordo com o governo, a área afetada fica a 700 quilômetros da zona livre de febre aftosa e, mesmo considerada de alto risco para a doença, não há justificativa técnica para a suspensão das exportações.
Fonte: Mapa e O Estado de S.Paulo (Fabíola Salvador), adaptado por Equipe BeefPoint