Ontem, o Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, Marcio Portocarrero, fez uma exposição, na Expointer, sobre a proposta de Reformulação do Sisbov, que deverá vigorar a partir de janeiro do próximo ano. Em sua palestra, durante o Seminário sobre “Segurança Alimentar e Mercados Internacionais”, o secretário adiantou a formação, ainda este mês, de grupos de trabalho, bem como a divulgação do cronograma de reuniões do Comitê técnico do Sisbov.
Entre os principais itens da pauta estão o sistema de conformidade, normas técnicas para o sistema produtivo e para a movimentação de animais. Essas discussões, que deverão envolver representantes do Mapa e da cadeia produtiva da carne, resultarão na publicação, em dezembro próximo, da portaria disciplinando o novo sistema de rastreabilidade.
Portocarrero destacou a importância da parceria com o setor privado e também da participação de outros ministérios como o da Saúde e da Educação na divulgação de campanhas de segurança alimentar. Explicou que a rastreabilidade deve ser estendida futuramente à criação de ovinos e caprinos, cujas carnes têm boa aceitação em mercados internacionais, hoje em franca expansão. “A medida, além de agregar valor aos produtos no mercado interno, facilitaria a exportação dessas carnes”.
O secretário afirmou ainda que a adesão ao sistema deve ser voluntária, mas ela será obrigatória para exportação e importação de carne bovina. No caso de exportação, a propriedade precisa ser aprovada pelo Mapa e ter 100% dos bovinos e bubalinos identificados.
Já os frigoríficos serão obrigados a proceder a baixa, no Banco Nacional de Dados (BND), dos animais abatidos diariamente. Os animais, cuja carne se destine à exportação, precisam estar identificados e devidamente inscritos não BND por, pelo menos, 90 dias antes do abate.
Após ressaltar a importância do mercado europeu para a carne brasileira, Portocarrero advertiu que “perder esse mercado é perder muitos outros. Daí a necessidade de o país se adequar às normas da União Européia. Quem estabelece as regras é o comprador”, concluiu.
Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint
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Caros companheiros,
Exigir a total rastreabilidade do rebanho de uma propriedade cujo produto se destina à exportação é inviável. Toda propriedade produz animais de refugo.
Vacas permanecem na fazenda até dez anos e mais. Toda propriedade organizada hoje controla seus animais mediante brincos e computador. Mas somente gado adulto destinado ao abate deve entrar no sistema Sisbov afim de não ainda mais onerar o pecuarista.
Alem disto Órgão Governamental nem um do mundo seria capaz de administrar o sistema, e em especial o brasileiro.
A confusão gerada desacreditaria mais uma vez a nossa rastreabilidade.
Cordialmente
Hans Nagel
O Secretário do MAPA está equivocado em dizer que a reformulação do SISBOV será somente para os animais que serão exportados.
Esse funcionário público está dizendo em outras palavras que o consumidor brasileiro é de quinta categoria e o consumidor europeu, principalmente, é o mais privilegiado.
A rastraeabilidade não pode ser voluntária, sendo assim atende ao jogo de interesses de pecuaristas que não quer ver sanidade na cadeia produtiva da carne bovina.
É uma desfaçatez.
A imprensa brasileira precisa saber que a rastreabilidade que o MAPA e os pecuaristas querem é apresentar o atestado de óbito à época do abate do animal.
Rastreabilidade que a Comunidade Européia quer é a do animal desde bezerro e não certificá-lo apenas 90 dias antes do abate.
Acredito que a Europa não sabe que a carne que consomem do BRasil o animal só é rastreado noventa dias antes do abate.
Não há bom senso. A saúde público do Brasil está em perigo. Deus tenha piedade de nós.
Paulo Rogério
Diretor Presidente do SICBOVBRASIL