O secretário de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Linneu da Costa Lima, informou ontem que o governo brasileiro pretende encaminhar à Organização Internacional de Epizootias (OIE), no início do ano que vem, um pedido de declaração do sul do Pará como área livre de febre aftosa com vacinação. Ele explicou que a área seria limitada ao norte e oeste pela floresta e ao sul pelo Estado de Mato Grosso, que já é livre de aftosa com vacinação.
Em março deste ano, o governo já havia feito esse pleito, mas a OIE solicitou informações complementares sobre a sorologia na região. Há pelo menos três anos não se registram casos da doença na área a ser considerada livre.
Rússia
O secretário disse ainda que não há previsão para o fim do embargo da Rússia às carnes brasileiras. Os russos justificaram a suspensão das importações com o registro de um caso de febre aftosa em rebanho do Amazonas, em Careiro da Várzea, região que não é exportadora de carne bovina. Costa Lima disse que o governo brasileiro estuda meios de estreitar os laços com a Rússia, para evitar transtornos dessa natureza, e também porque “os russos compram US$ 4 milhões por dia de carne do Brasil”.
Segundo ele, uma das alternativas analisadas é a instalação de um escritório de representação em Moscou, “que poderia ser misto, privado e estatal”, explicou. O secretário finalizou dizendo que a balança comercial com a Rússia é uma das poucas que é superavitária. Nesse sentido, o Brasil poderia equilibrar melhor o comércio comprando produtos russos como minerais, petróleo, trigo e aviões, “o que for do interesse do Brasil”, concluiu.
Fonte: Estadão/Agronegócios e Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint