Mercado Físico da Vaca – 10/03/10
10 de março de 2010
Mercados Futuros – 11/03/10
12 de março de 2010

Mapa: Projeções do agronegócio 2009/10 a 2019/20

As projeções de carnes para o Brasil mostram que esse setor deve apresentar intenso dinamismo nos próximos anos, apesar de ter havido um certo arrefecimento do setor com a crise econômica de 2008. Entre as carnes, as que se projetam com maiores taxas de crescimento da produção no período 2009/2010 a 2019/2020 são a carne de frango, que deve crescer anualmente a 3,64%, e a bovina, cujo crescimento projetado para esse período é de 2,15% ao ano.

Introdução

Este trabalho é uma atualização e revisão do estudo Projeções do Agronegócio – Brasil 2008/09 a 2018/19, Brasília – DF, 2009, publicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Como a visão prospectiva não é estática, revisões periódicas são necessárias em face do ambiente interno e externo. Por este motivo, instituições que trabalham com a visão de longo prazo têm a preocupação de atualizar sistematicamente suas projeções. A crise econômica mundial ocorrida a partir de setembro de 2008 afetou consideravelmente vários setores do agronegócio, mudando tendências que vinham se consolidando em alguns produtos analisados. O presente estudo procura incorporar esses efeitos deixados pelos impactos da crise sobre a agricultura brasileira.

Este trabalho tem como objetivo indicar possíveis direções do desenvolvimento e fornecer subsídios aos formuladores de políticas públicas quanto às tendências dos principais produtos do agronegócio. Os resultados buscam, também, atender a um número enorme de usuários dos diversos setores da economia nacional e internacional para os quais as informações ora divulgadas são de enorme importância. As tendências indicadas permitirão identificar trajetórias possíveis, bem como estruturar visões de futuro do agronegócio no contexto mundial para que o país continue crescendo e conquistando novos mercados.

O trabalho Projeções do Agronegócio – Brasil 2009/10 a 2019/20, é uma visão prospectiva do setor, base para o planejamento estratégico do MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Para sua elaboração foram consultados trabalhos de organizações brasileiras e internacionais, alguns deles baseados em modelos de projeções. Dentre as instituições consultadas destacam-se os trabalhos da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), Food and Agricultural Policy Research Institute (FAPRI), International Food Policy Research Institute (IFPRI), Organization for Economic Co-Operation and Development (OECD), Organização das Nações Unidas (ONU), United States Department of Agriculture (USDA), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (ICONE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Embrapa Gado de Leite, Empresa de Pesquisa Energética (EPE), União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA), Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF), STCP Consultoria, Engenharia e Gerenciamento, Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA).

Resultados das projeções Brasil

Como o estudo é bastante extenso e abrange diversos setor do Agronegócio brasileiros, optamos resumi-lo neste espaço, enfatizando apenas a projeções da produção de carnes. Abaixo disponibilizamos o estudo completo para aqueles que desejem aprofundar a leitura e conhecer as projeções do Mapa para outras culturas.

Carnes

As projeções de carnes para o Brasil mostram que esse setor deve apresentar intenso dinamismo nos próximos anos, apesar de ter havido um certo arrefecimento do setor com a crise econômica de 2008. Entre as carnes, as que se projetam com maiores taxas de crescimento da produção no período 2009/2010 a 2019/2020 são a carne de frango, que deve crescer anualmente a 3,64%, e a bovina, cujo crescimento projetado para esse período é de 2,15% ao ano. Por último, a produção de carne suína tem um crescimento projetado de 2,0% ao ano, o que também representa um valor relativamente elevado, pois consegue atender ao consumo doméstico e às exportações (MAPA/AGE).

Tabela 1. Produção de Carnes

Clique na imagem para ampliá-la.

Figura 1. Produção de Carnes

Clique na imagem para ampliá-la.

As projeções do consumo mostram preferência crescente dos consumidores brasileiros pela carne de frango, cujo crescimento projetado é de 3,23% ao ano no período 2009/2010 a 2019/2020. Isso significa um consumo interno de 10,9 milhões de toneladas daqui a 11 anos. A carne bovina assume o segundo lugar no aumento do consumo com uma taxa anual projetada de 1,94%, entre 2009/10 a 2019/2020. Em nível inferior de crescimento situa-se a projeção do consumo de carne suína, de 1,77% ao ano para os próximos anos (AGE-MAPA).

As carnes situam-se num grupo de alimentos que apresenta elevada elasticidade renda do consumo. Significa que o aumento de renda se reflete em geralmente elevado aumento do consumo. A carne bovina de primeira apresenta elasticidade renda de 0,52%, indicando que se a renda se elevar em 10%, o consumo se eleva em 5,2%. Para a carne de frango esse efeito é menor, pois a elasticidade renda consumo é de 0,178 (Hoffmann, 2007).

Tabela 2. Consumo de Carnes

Clique na imagem para ampliá-la.

Figura 2. Consumo de Carnes

Clique na imagem para ampliá-la.

Quanto às exportações, as projeções indicam elevadas taxas de crescimento para os três tipos de carnes analisados. As estimativas realizadas pela AGE-MAPA projetam um quadro favorável para as exportações brasileiras de carnes. As carnes de frango e de bovinos lideram as taxas de crescimento anual das exportações para os próximos anos – a taxa anual prevista para carne de frango é de 4,16%, e para a carne bovina, de 3,9%; as exportações de carne suína devem situar-se numa média anual de 2,81%.

Tabela 3. Exportação de Carnes

Clique na imagem para ampliá-la.

Figura 3. Exportação de Carnes

Clique na imagem para ampliá-la.

A expansão prevista das exportações de carnes pelo Brasil coloca-no em posição de muito destaque no comércio mundial. O país deverá manter a liderança de principal exportador de carnes, bovina e de frango, bem como manter seu terceiro ou quarto lugar nas exportações de carne suína. Em 2019/2020 as relações Exportação do Brasil/Comércio mundial, devem representar: Carne bovina, 42,7% do comércio mundial; carne suína, 16,0% do comércio mundial; carne de frango, 70,0% do mercado mundial (AGE/MAPA, 2010 e FAPRI, 2009).

As informações do Mapa resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.