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Mapa quer erradicar aftosa até 2006

O governo federal pretende apertar o cerco contra a febre aftosa. A meta é tornar o Brasil livre da doença no ano que vem. Para isso, está aplicando R$ 65,3 milhões no combate à enfermidade, podendo chegar a R$ 140 milhões em 2006. Também pretende mudar a legislação e, com isso, excluir do crédito oficial os produtores que não vacinarem o gado, um projeto de lei está no Senado para apreciação.

“Nossa maior vulnerabilidade ainda é a aftosa”, admite o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Gabriel Alves Maciel. Segundo ele, cada vez mais, à medida que o Brasil se firma como grande exportador, diante de sua alta competitividade, os concorrentes vão criar barreiras comerciais utilizando argumentos sanitários. “No momento em que erradicarmos a aftosa, as demais barreiras caem”, afirma.

De acordo com Maciel, alguns países não importam frutas brasileiras por causa da doença bovina, mesmo que não haja relação nenhuma entre a planta e o animal. Para ele, o Brasil poderá, futuramente, entrar com processos na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os países que usam pretextos sanitários como barreiras comerciais.

Com o mutirão contra a aftosa, o governo federal pretende antecipar em um ano a meta de erradicação no país. A previsão anterior era que o Brasil estaria livre da doença em 2007. No continente sul-americano, espera-se acabar com a doença até 2009.

O foco no combate à aftosa deve ser mais forte no Norte e Nordeste, onde o risco da enfermidade é desconhecido. Dos R$ 63,5 milhões a serem aplicados no combate à doença, quase 70% serão destinados a essas regiões. Em contrapartida, os estados devem criar legislações específicas e infra-estrutura para a fiscalização. Outros R$ 40 milhões serão aplicados, por meio de parceira, para o levantamento da demanda dos estados e o estabelecimento de metas, trabalho a ser feito por uma consultoria.

O investimento do governo em sanidade visa a abertura de mercados. No próximo mês, uma missão dos Estados Unidos vem ao País inspecionar frigoríficos para a compra de carne in natura, desde 1999 o Brasil tenta comercializar esse produto com os norte-americanos.

Em abril, será a vez da União Européia (UE) verificar as condições sanitárias de estados como Tocantins, Roraima, parte de Minas Gerais e o Pantanal. Nos próximos dias, uma missão de técnicos e representantes do setor privado embarcam para a Rússia, quando pretendem por fim ao embargo imposto em setembro às carnes brasileiras. O embargo foi imposto devido a um foco de febre aftosa no Amazonas.

Maciel assumiu o cargo de secretário de Defesa Agropecuária em janeiro, quando o ministério passou por uma reestruturação. Entre as mudanças da sua gestão em relação à anterior, de Maçao Tadano, o secretário destaca o planejamento estratégico da pasta. Ele pretende que até abril esteja concluído um plano de metas a serem cumpridas pelo setor até o ano de 2010.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint

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