O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) determinou a suspensão da produção e a apreensão cautelar da vacina Resguard Multi, do laboratório Vaxxinova, utilizada na prevenção de doenças causadas por clostridioses (bactérias do gênero Clostridium) em bovinos, ovinos e caprinos, como carbúnculo sintomático, gangrena gasosa, enterotoxemia e botulismo.
Segundo o Ofício Circular nº 23/2025, ao qual o Agro Estadão teve acesso, a decisão foi tomada após a Coordenação-Geral de Insumos Pecuários do Mapa identificar “alterações na produção do Resguard Multi”. O documento explica que, de forma preventiva, “a produção foi suspensa e todas as partidas apreendidas”.
O Agro Estadão fez contato com o Mapa, que retornou informando que aguarda um posicionamento da área técnica para se manifestar sobre o tema. O laboratório Vaxxinova também foi acionado, mas ainda não respondeu à solicitação.
A vacina, fabricada em frascos de 50, 100 e 250 mililitros, contém uma combinação de bactérias inativadas e toxoides de diferentes tipos da bactéria Clostridium. O ofício estabelece que o material “deverá ser mantido no local da comercialização, nas condições de armazenamento descritas na bula”.
Este é o segundo imunizante contra clostridioses com produção e venda suspensas pelo Mapa neste ano. Há cerca de duas semanas, o Ministério da Agricultura atualizou para 612 o número de mortes de animais relacionadas à vacina EXCELL 10, produzida pela Dechra Brasil Produtos Veterinários Ltda. Os óbitos envolvem caprinos, ovinos e bovinos. A causa, porém, ainda é investigada.
Segundo fontes da reportagem, no caso da vacina Resguard Multi, não há registros de óbitos de animais relacionados ao produto. Os fabricantes teriam alterado o lacre do frasco sem autorização do ministério. A mudança pode comprometer a esterilidade e a estabilidade da vacina, colocando em dúvida a eficácia e segurança do imunizante.
Na última quinta-feira, 12, a Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec) publicou uma nota informando que, em cumprimento à determinação do Mapa, visitará cerca de 500 estabelecimentos que comercializam produtos veterinários no Estado, “a fim de garantir que os produtos não sejam comercializados enquanto durarem as investigações”.
Fonte: Estadão.