O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deve convocar reunião da cadeia produtiva de carne bovina, nos próximos dias, para retomar as discussões sobre o processo de reestruturação do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). O anúncio foi feito nesta semana, em Bruxelas (Bélgica), pelo secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Márcio Portocarrero, após encontro com representantes da Comissão Européia de Proteção da Saúde e do Consumidor para debater normas de rastreabilidade animal.
Os europeus reafirmaram que consideram a rastreabilidade um item inegociável no comércio bilateral. “A carne de gado exportada para a Comunidade Européia deve estar certificada, os animais precisam ser identificados individualmente e as propriedades rurais cadastradas”, disse Portocarrero. “Além disso, os procedimentos adotados pelos países exportadores devem garantir equivalência com a segurança exigida dos produtores europeus”.
As exigências européias não se restringem apenas à identificação da origem dos bovinos, segundo o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo. “A UE quer também que as questões sanitárias, o manejo fitozoossanitário e a alimentação dos animais sejam contempladas no sistema de certificação de carne de gado a ser exportada para aquele mercado”, revelou Portocarrero.
“O encontro foi esclarecedor porque permitiu definir com mais clareza os critérios de segurança de rastreabilidade exigidos pelos europeus para importar carne bovina”, avaliou Portocarrero. Para ele, o Brasil tem que conquistar a confiança da UE para se tornar o maior fornecedor do produto para o bloco econômico. “O mercado de carne da UE está crescendo, e a produção deles é menor do que o consumo.”
Fonte: Mapa, adaptado por Equipe BeefPoint
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Um dia os amigos do MAPA terão que resolver esta questão. Pode ser que com esta notícia, revejam as atitudes tomadas desde o início do SISBOV e mudem o rumo dos acontecimentos.
O grande problema que estou percebendo é que existe um conflito entre duas correntes dentro do MAPA; uma querendo salvar o SISBOV e outra, que é o SAPI, querendo puxar o assado para o seu lado. Essa queda de braço não traz nada de positivo para a pecuária bovina/bubalina brasileira e nem deveria estar acontecendo. Ela é totalmente desprovida de sentido.
O que o MAPA deveria fazer seria simplificar o SISBOV, mantendo a obrigatoriedade da adesão e a identificação individual. Quanto às certificadoras, precisariam mudar o nome, pois até aqui, no máximo, só podem ser chamadas de identificadoras. Ou se cria uma Organização Nacional de Acreditação (ONA) a exemplo do que já existe na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) ou se busca acreditação no exterior, tipo Eurepgap.
O Banco de Dados tem que ser único e gerenciado pelo MAPA, pois a Defesa Sanitária Animal não pode declinar da obrigação de ter o controle sanitário do rebanho.
Uma tarefa e tanto, mas que pelo que se lê como notícia, vinda da UE, que não pode ser postergada.
O Uruguai, a Argentina, a Austrália e outros produtores de carne que são “marqueteiros” e bons comerciantes, levantaram a bandeira da rastreabilidade como forma de divulgar a sua carne ao mundo, diferenciando o seu produto frente aos que, como o Brasil, não o fizeram.
O Brasil querendo contrariar a velha máxima “o cliente sempre tem razão”, tenta abrir exceções dentro do mercado comprador inventando regras.
Não vai ser só no futebol. Vamos levar uma goleada dos “hermanos” no cenário da carne também.
Nossos líderes são muito despreparados sob a ótica comercial. Tem gente mais preocupada em sonegar informações fiscais e de produtividade, visando confundir o foco fundiário e esquece de produzir mais e melhor.
Agora chega de idéias mirabolantes, pirotecnias, burocráticas e bravatas.
Foi preciso ir a Bruxelas e levar um sonoro não, para não dizer outra coisa, para vermos que o projeto proposto é operacionalmente inviável, pois não se baseia em identificação individual e também prega a descentralização das informações.
Acho que devemos agora voltar a atenção para o SISBOV, corrigir as falhas e aperfeiçoar o sistema, pois muita gente que anda falando e palpitando soluções tiradas da cartola, querem na verdade é o fim do sistema.
Quem pode manda, quem tem juizo obedece! Não podemos ficar tentando inventar a roda, temos que copiar o modelos que eles querem e pronto, muito pior seria perder as exportações para a UE.
É fácil implantar o SISBOV, basta que o produtor seja bem remunerado e veja lucro com a produção de carne para exportação e tudo se resolve.
O que não pode e querer exigir do produtor que assuma mais este custo de produção sendo que a atividade já não está lá essas coisas, agindo como antes, querendo enfiar mais essa despesa goela abaixo do produtor, não vai dar certo como já não deu uma vez.
Frigoríficos, produtores, governo e todos os demais interessados na produção de carne têm que dividir proporcional e justamente os ganhos com esse mercado ou do contrário a vaca (ou o boi) vai para o brejo.