A pecuária maranhense tem bom motivo para comemorar o fim deste ano. O Maranhão passou de alto risco para médio risco em relação à febre aftosa. O anúncio foi feito ontem pelo governador do estado, José Reinaldo Tavares, no Palácio Henrique de La Rocque, em São Luís. O documento que atesta a mudança de status sanitário foi assinado terça-feira, pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e divulgado pelo delegado da Receita Federal no Maranhão, Fernando Lima.
A nova classificação é um grande avanço e vai abrir portas até então fechadas para o rebanho bovino maranhense, atualmente estimado em cinco milhões e meio de animais, o segundo maior do Nordeste. A partir de agora, os animais e derivados produzidos no estado poderão penetrar nos mercados dos circuitos pecuários do Centro Oeste, Leste e parte do Sul, exceto Santa Catarina.
Outra vantagem com a mudança da classificação é que os animais, seus produtos e subprodutos também poderão circular livremente em eventos e exposições agropecuárias, além de serem comercializados em quase todo o país e entrar sem restrição nos estados que estão na mesma classificação de risco, segundo o diretor geral da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Aged/Seagro), Sebastião Anchieta.
Para o presidente da Associação dos Criadores do Maranhão (Ascem), Cláudio Azevedo, o estado avançou uma etapa importante para o combate à febre aftosa, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para chegar à erradicação da doença. “Vencemos uma etapa importante, mas a guerra ainda não está ganha”, observa. “Só vai melhorar mesmo quando pudermos exportar”, afirma.
Azevedo explica que, com a nova classificação, começa uma abertura maior no mercado interno. “Os frigoríficos vão poder vender para alguns estados a carne desossada”, cita.
De acordo com a Aged, o Maranhão vai poder exportar carne e miúdos para o exterior com menos embaraços, devendo apenas seguir a Instrução Normativa n 82, de 20 de novembro de 2003, que disciplina o comércio exterior de produtos suscetíveis à febre aftosa.
O Programa de Combate à Febre Aftosa ganhou fôlego em 2002, a partir da criação da Aged. Na época, o estado era classificado como risco desconhecido. O governo estadual montou uma estrutura de atenção veterinária com 18 escritórios regionais, 88 locais e 96 de apoio, além de contratar pessoal.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Franci Monteles), adaptado por Equipe BeefPoint