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Marcelo Bolinha: precisamos de inovação na mão de obra dos funcionários que cortam as carnes

No dia 5 de abril foi realizado o Beef Summit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento foi organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O Beef Summit Sul reuniu nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

No dia do evento, o BeefPoint homenageou as pessoas que fazem a diferença na pecuária de corte no Sul do Brasil através de um prêmio. Houve vários finalistas, em 19 categorias diferentes.

Os nomes foram indicados pelo público; em uma primeira etapa, através de um formulário divulgado pelo BeefPoint. Na segunda etapa, o público escolheu através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor essas pessoas, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.

Confira abaixo, a entrevista com Marcelo Bolinha, um dos indicados do Prêmio BeefPoint Edição Sul, na categoria Profissional – varejo de carnes.

marcelo bolinha

Marcelo Bolinha trabalha na Casa de Carnes Bolinha há 27 anos. O comércio pertence à família de Marcelo e fica em Porto Alegre – RS, há 56 anos. Segundo Marcelo, a Casa de Carnes Bolinha faz um trabalho no bairro. Através da Casa de Carnes, surgiu também uma indústria de linguiças, que ficou muito famosa no Rio Grande do Sul, conhecida como Linguiça do Bola.

Atualmente, além do trabalho realizado no comércio, Marcelo Bolinha também ministra aulas de corte de carne, não só no estado do Rio Grande do Sul. Em suas aulas, Marcelo ensina como agregar valor à cortes de bovinos, ovinos e aves, ensinando como fazer melhor proveito da carcaça do animal.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do sul do Brasil hoje?

Marcelo Bolinha: O maior desafio é convencer o cliente da qualidade da carne que ele está levando, principalmente nas regiões mais fronteiriças, no interior, onde ainda existe o comércio de carnes clandestino, de valores mais acessíveis. Muitas vezes os clientes julgam a picanha de um animal de raça, de um animal precoce, bem cuidado, bem abatido, em uma boa embalagem. Ouvimos comentários das pessoas dizendo “lá onde eu compro, de onde eu vim, o preço da carne é mais barato do que aqui.” A diferença é que essa carne tem um preço menor, mas não passa por critérios de inspeção. Acredito que o maior desafio é convencer o cliente de que um produto de qualidade não é mais tão barato quanto estava-se acostumado a comprar. Na minha visão de comerciante, acho que esse é o maior desafio.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuária do futuro no sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Marcelo Bolinha: Uma pessoa que eu admiro muito é o Luiz, do Frigorífico Coqueiro. Outra pessoa que admiro é o Roberto Bajó de Oliveira, do restaurante Fazenda Barbanegra. O Roberto, quando abriu o restaurante, achava que o setor seria algo simples, mas com o tempo ele viu que o processo de comprar carne de qualidade e repassá-la ao cliente não é fácil, exige muito trabalho. Foi um longo trabalho para chegar onde ele chegou hoje.

BeefPoint: Como podemos vender a carne do sul do Brasil de forma diferente e especial, em outras regiões do Brasil e no exterior?

Marcelo Bolinha: É importante preservar a cultura gaúcha, que está em evidência no Brasil todo. A carne gaúcha é muito elogiada fora do estado do Rio Grande do Sul e até em outros países.

BeefPoint: Qual inovação / novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando em inovação?

Marcelo Bolinha: Acredito que o que temos de melhor na pecuária do Sul é a questão dos pecuaristas terminarem animais bem jovens. Antes, um animal era abatido na idade de 2 anos ou 2 anos e meio. Atualmente, alguns chegam a abater animais com 1 ano ou 1 ano e meio, o que gera um melhor aproveitamento da carcaça.

Precisamos de inovação na questão da mão de obra dos funcionários que cortam as carnes, é algo que ainda continua muito precário em vários lugares e no Rio Grande do Sul. Isso é algo que eu venho trabalhando.

BeefPoint: O que o setor poderia / deveria fazer para aumentar sua competitividade no sul do Brasil?

Marcelo Bolinha: Com certeza, formar mão de obra na área.

BeefPoint: O que você implementou de diferente na sua atividade em 2012?

Marcelo Bolinha: Temos aqui no Rio Grande do Sul exemplos de parcerias entre o varejo e o pecuarista, para ter sempre uma carne de qualidade, com garantia de maciez. O grande diferencial no meu comércio em 2012 foi encontrar parceiros para produzir carne de qualidade.

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Marcelo Bolinha: A questão da venda de informações, os cursos. Houve mais procura pelos cursos e lecionei aulas para meus funcionários também. No comércio, investi no atendimento personalizado.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013?

Marcelo Bolinha: Remodernização total do comércio.

BeefPoint: Qual sua mensagem para os pecuaristas?

Marcelo Bolinha: Continuem investindo, mas principalmente na sanidade dos animais, não poupem cuidados. Outra mensagem que eu deixaria para os pecuaristas, visitem os frigoríficos para ver a carne, os animais que eles produziram pós abate, para entender se o que eles produziram foi algo de qualidade.

BeefPoint: Qual sua mensagem para o varejo?

Marcelo Bolinha: Invistam na qualificação da mão de obra dos funcionários.

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