O palestrante convidando pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para o Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima (FEED 2010), Marcelo Caldos do CENA/USP, falou sobre estratégias para mitigação da emissão de CO2. Ele ressaltou que saber o tamanho do problema é essencial para agir e que os inventários de emissões antrópicas e remoções por sumidouros de gases de esfeito estufa são essenciais para traçar as políticas a serem adotadas.
O palestrante convidando pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para o Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima (FEED 2010), Marcelo Caldos do CENA/USP, falou sobre estratégias para mitigação da emissão de CO2. “As principais contribuições da agropecuária para emissões de GEE vêm das queimadas de resíduos, fermentações entéricas, manejo do solo, manejo de dejetos e do cultivo de arroz”.
Caldos ressaltou que saber o tamanho do problema é essencial para agir e que os inventários de emissões antrópicas e remoções por sumidouros de gases de esfeito estufa são essenciais para traçar as políticas a serem adotadas. “Pensando dessa forma Estados, Municípios, Corporações e Universidades, começam a preparar seus próprios inventários. A USP está trabalhando nisso e já tem relatórios sobre as emissões de seus campi. Ações como estas são essenciais para mitigar o problema, mas seria mais interessante pensar também em cadeias produtivas e produtos”.
“Dessa forma se tornaria possível comparar produtos originários de diversas partes do mundo, por exemplo quais são as emissões do suco de laranja brasileiro e do produzido na Flórida/EUA”. “Essas medidas além de auxiliar nas políticas podem se tornar diferenciais competitivos. Assim a sociedade terá força para contribuir na mitigação das emissões de GEE, ou seja, fica para o consumidor a decisão de comprar um produto preocupado em reduzir sua pegada de carbono, ou não”, completa o pesquisador da USP.
“Estudos apontam que na produção de etanol, conseguimos ter mais benefícios do que emissões de CO2, ou seja, esta atividade gera enormes benefícios para mundo, com sequestro de carbono e substituição de combustíveis fósseis. O mais interessante é essa situação pode ser estendida para pastagens bem manejadas e agricultura tecnificada”, exemplificou Caldos.
“Com pastagens melhor manejadas e uso de confinamento na terminação é possível produzir mais carne por área, reduzindo o impacto da atividade nas mudanças climáticas”. Segundo o palestrante, o Brasil já domina as técnicas para aumentar a produtividade: manejo do solo, confinamento, integração lavoura-pecuária-floresta, plantio direto, entre outros. “Só falta aplicar essa tecnologia”.
“Sem a ajuda da agropecuária, através do aumento da produtividade e da eficiência, o Brasil não conseguirá cumprir as metas propostas”, afirmou Marcelo Caldos que finalizou sua apresentação dizendo “é preciso incentivo e financiamento para que o produtor possa aplicar as tecnologias existentes”.
André Camargo, Equipe BeefPoint