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Março tem 121,84% mais contratos futuros de boi gordo que igual período de 2003

Os contratos de boi gordo negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) em março de 2004 apresentaram alta de 121,84%, comparados ao mesmo mês do ano passado, 11.966 contratos contra 5.394 no anterior e foi 40,33% maior que em fevereiro último. Na análise trimestral, o incremento foi de 45,01% com igual período de 2003 (veja tabela abaixo).


O expressivo crescimento foi atribuído à entrada de novos investidores no mercado, dentre os frigoríficos. Segundo Rodrigo Brolo, da SLW corretora. “A entrada de muitos players no mercado, em especial frigoríficos, fazendo hedge de compra e deixando os contratos mais interessantes para quem vende é um dos principais fatores”. Ele prevê que em maio haja um novo aumento, em virtude do pico da safra, quando começa a haver a venda de bois e compra de bezerros para fazer reposição do rebanho.

Essa visão é compactuada pelo analista da corretora Spinelli, Silvio Alface Neto, que aponta uma necessidade de proteção do capital como a motivação de muitas empresas do setor a iniciarem investimentos no mercado futuro.

Mário Frioli, operador da corretora Link informa que o caso do aumento da participação dos frigoríficos nesse mercado se deve também ao crescimento das exportações brasileiras de carne.

A relação entre os dois fatores (exportação e aumento de contratos) é explicada por Brolo, que afirma que o aumento das vendas internacionais faz com que exportadores necessitem de garantias de compra do produto, para a data do embarque ao País importador. Brolo antevê que o mercado futuro atrairá, inclusive, profissionais que não tem tradição nessas operações. “Hoje o mercado tem menos especuladores e mais empresas do setor atuando, pois há cerca de quatro anos, os contratos deixaram de ser comercializados em dólares e para o serem em reais, e isso os atrelou à existência física, do animal”, explica.

Fonte: Paulo Roberto Brino Mattus, da Equipe BeefPoint

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