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Marcos Molina investiu R$ 128 milhões em ações da Marfrig

O empresário Marcos Molina investiu R$ 128,7 milhões em ações da Marfrig em fevereiro para aumentar sua participação na companhia. Atualmente, o fundador e presidente do conselho de administração da empresa de carne bovina tem uma fatia de 44,63%.

A maior parte das compras foi feita em 20 de fevereiro, dia seguinte à divulgação do balanço do quarto trimestre da companhia. Nesse pregão, o empresário investiu R$ 114,3 milhões. Molina pagou entre R$ 13,57 e R$ 14,39 por ação, bem acima da atual cotação — os papéis caíram 23,9% nesta segunda-feira e fecharam a R$ 8,57, na esteira da movimento de aversão a risco que afetou as bolsas no mundo.

As informações sobre as movimentações acionárias do controlador constam em relatório enviado nesta segunda-feira pela companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Com as compras, Molina ajudou a sustentar as cotações. Em 20 de fevereiro, as ações da Marfrig ficaram praticamente estáveis (alta de 0,14%). O movimento com ações negociadas foi de R$ 517,3 milhões, ou seja, Molina respondeu por 22% do volume total daquele pregão.

Paralelamente às compras, Molina também alugou ações da empresa, movimento considerado inusual para controladores. O aluguel de ações é usado por investidores que apostam na baixa das ações — o tomador vende as ações, espera que a cotação caia e a recompra mais barato para devolver ao dono. Com isso, obtém um ganho na operação.

Esse não parece ser o caso de Molina. Na avaliação de um analista, o empresário buscou encarecer a aposta na baixa das ações. Ao alugar pouco mais de 10 milhões de ações da Marfrig em 20 de fevereiro, ele enxugou o mercado e reduziu o raio de ação dos “shorts”.

Empréstimos de Molina

Em 20 de fevereiro, o empresário disse, durante teleconferência com analistas, que fez empréstimos para aumentar a participação da companhia na oferta subsequente de ações (“folow on”) realizada em dezembro. De lá para cá, a fatia de Molina na Marfrig passou de 34% para os atuais 44,6%. No processo, ele gastou em torno de R$ 500 milhões.

A intenção declarada do empresário é pagar os bancos que emprestaram os recursos com dividendos da Marfrig. Na mesma teleconferência, ele afirmou que os empréstimos que fez têm carência de dois a três anos e prazo de pagamento de três a cinco anos. Ele projetou que a companhia de carne bovina deverá começar a pagar dividendos em 2021.

Na bolsa, a Marfrig vale atualmente R$ 6,1 bilhões.

Fonte: Valor Econômico.

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