O presidente da Marfrig, Marcos Antonio Molina dos Santos iniciou a apresentação dos resultados do 1º trimestre de 2009 comentando que já passamos por dois trimestres após o agravamento da crise financeira internacional e destacou que nestes dois trimestres (último de 2008 e primeiro de 2009) a empresa estava focada em "sobreviver", ou seja, preocupada com a manutenção de caixa, sem saber o futuro das economias mundiais. "Achamos que foram os trimestres mais difíceis dos últimos anos e agora a gente já começa a ver uma recuperação, com melhora nos preços e no mercado financeiro", ressaltou Molina. Sendo que em março e abril ocorreu uma recuperação nas vendas dentro do Brasil.
Na manhã de hoje, a Marfrig Alimentos S.A. realizou uma conferência onde tratou dos resultados da empresa no primeiro trimestre de 2009.
O presidente da Marfrig, Marcos Antonio Molina dos Santos iniciou a apresentação comentando que já passamos por dois trimestres após o agravamento da crise financeira internacional e destacou que nestes dois trimestres (último de 2008 e primeiro de 2009) a empresa estava focada em “sobreviver”, ou seja, preocupada com a manutenção de caixa, sem saber o futuro das economias mundiais.
“Achamos que foram os trimestres mais difíceis dos últimos anos e agora a gente já começa a ver uma recuperação, com melhora nos preços e no mercado financeiro”, ressaltou Molina. Sendo que em março e abril ocorreu uma recuperação nas vendas dentro do Brasil.
Ele afirmou que a Marfrig estava preparada para enfrentar a turbulência que a economia tem apresentando desde o final do ano passado, devido a sua diversificação de produtos, conseguindo assim manter o caixa e a liquidez de seus pagamentos. Segundo o presidente da empresa é importante atentar para a melhora de 50% no caixa da Marfrig e para a renovação de todas as linhas de crédito.
Agradecendo aos colaboradores e parceiros Marcos Molina disse que a equipe da Marfrig tem sido responsável pelo bom desempenho da empresa. “A equipe enfrentou esse semestre com grande eficiência, mantendo o caixa em níveis desejados, mantendo mercados e vendas. Além disso, parceiros comprometidos com a empresa e uma carteira de clientes estruturada, que mesmo em um momento de crise, não causaram problemas de inadimplência além do normal, ajudaram a Marfrig a se manter sólida”, completou.
Molina acredita que o primeiro trimestre de 2009 foi o grande teste de estresse para a estratégia da empresa nos últimos anos. “A Marfrig suportou este teste de estresse muito bem, pois conseguiu superar os problemas da crise, como a variação cambial, enfrentando margens mais apertadas, mantendo as vendas, e está pronta para sair desta crise fortalecida e aproveitar as oportunidades nos próximos trimestres”.
Tabela 1. Destaques financeiros do 1º trimestre de 2009
O diretor de planejamento e de relações com investidores da Marfrig, Ricardo Florence, comentou que a redução nos preços dos produtos impactou a receita da empresa e que o resultado líquido permaneceu negativo em R$ 38 milhões devido à volatilidade do câmbio e a renovação de empréstimos. Em linhas gerais, o resultado foi afetado pela:
• volatilidade do câmbio
• queda da rentabilidade
• reajuste de preços
“É importante a manutenção de uma taxa estável de câmbio. A oscilação do câmbio é o fator que mais pode afetar o desempenho da empresa”, segundo Florence.
Analisando a receita líquida, ocorreu um pequeno aumento na participação das vendas de produtos in natura, provavelmente em função da crise que atinge o mundo inteiro, mas a empresa considera que a situação das vendas de produtos industrializados se mantém confortável.
Gráfico 1. Participação dos produtos na receita líquida (R$ milhões)
O maior aproveitamento da capacidade instalada nas plantas de bovinos no Brasil e o aumento da oferta de animais no segundo trimestre deve promover um aumento na participação deste setor dentro de toda a operação da Marfrig.
Os diretores da empresa informaram que irão reabrir 3 plantas, que estavam paradas, nos próximos dias, após a finalização de obras para modernização e ampliação e em meados de junho devem estar trabalhando com 75% da capacidade de abate, reduzindo a ociosidade e melhorando as margens da empresa.
Quando olhamos as exportações, a Europa continua sendo o principal destino dos produtos da Marfrig enviados ao exterior e já podemos notar indícios de recuperação nas vendas para o mercado externo. No primeiro trimestre as vendas à Europa representaram 47,5% da receita com as exportações. De acordo com a apresentação desta manhã, a Marfrig vem observando aumento do volume exportado para a Rússia e para o Oriente Médio.
Questionados sobre o aumento da lista de propriedades aptas a exportar carne bovina para União Europeia, os diretores do Marfrig concordam que ainda devem se passar aproximadamente dois anos para chegarmos ao volume de exportações anterior ao endurecimento das restrições devido o lento crescimento da lista Trace.
Gráfico 2. Participação na receita líquida das exportações
Os custos e despesas aumentaram devido a alta no preço de aquisição da matéria-prima e a variação cambial.
Eventos Subsequentes
• Início de abate de cordeiros na planta de Promissão II (SP), dando início às atividades de produção de carne ovina do Grupo Marfrig no Brasil, em abril de 2009
• Certificação isso 22000 (Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos) concedida às plantas de Promissão (SP): escopo completo de produção de carne bovina dentro da indústria, estabelecendo a Marfrig Alimentos como um dos poucos no mundo com essa certificação
• a nova razão social é Marfrig Alimentos S.A., confirmando a vocação da empresa para se tornar uma grande produtora de alimentos
• Fitch Ratings confirma ratings da Marfrig em B+(INTL) e BBB+, (NAC), ambos com outlook estável
Ajuda do Governo
Quando perguntado sobre as medidas que o Governo vem desenhando para auxiliar o setor frigorífico brasileiro, Marcos Molina afirmou que os números da Marfrig são bem sólidos e não estão contando e nem precisando de ajuda do Governo, mas o que vier será bem aproveitado. “Conforme a música que o Governo tocar a gente dança”, completou Molina.
Planos para o futuro
O presidente do Marfrig informou que as notícias sobre uma fusão com o Bertin são apenas boatos, mas concordou que está sempre conversando com outras empresas do setor e estará atento a boas oportunidades.
“Nossa meta é utilizar todo o potencial da sinergia das últimas aquisições, focando nos resultados, reduzindo custos e buscando a consolidação. As oportunidades para melhorar escala de produção, ganhar mercados e promover a consolidação serão estudadas e aproveitadas. Existem conversas, mas o foco atual é na redução da alavancagem e melhoria na estrutura da empresa.
Veja abaixo o material que foi apresentado durante a conferência:
Equipe BeefPoint, com dados fornecidos pela Marfrig Alimentos S.A.