A elevação do endividamento e os prejuízos da Marfrig Alimentos SA estão tornando os títulos do frigorífico os mais arriscados no mercado de dívida corporativa do Brasil.
A elevação do endividamento e os prejuízos da Marfrig Alimentos SA estão tornando os títulos do frigorífico os mais arriscados no mercado de dívida corporativa do Brasil. A empresa é afetada pela disparada global no segmento de créditos problemáticos conforme os investidores vendem ativos com taxas mais elevadas na esteira da crise mundial
A taxa do título da Marfrig com vencimento em 2020 disparou 373 pontos-base, ou 3,73 pontos percentuais, nos dois últimos meses. A 13,04%, o título tem rendimento 1.084 pontos- base maior que a dos Treasuries do tesouro dos Estados Unidos com vencimento semelhante, segundo dados compilados pela Bloomberg. O frigorífico é uma das três empresas brasileiras que têm rendimento superior a 1.000 pontos-base acima dos Treasuries.
“É uma companhia arriscada”, disse Joaquin Aguirre, chefe de pesquisa da Munita, Cruzat y Claro, de Santiago, que administra US$ 1,7 bilhão em ativos e têm títulos da Marfrig em carteira. “Tem margens voláteis e está exposta a preços de commodities.”
A Marfrig é afetada pela disparada global no segmento de créditos problemáticos, conhecidos como “distressed”, à medida que investidores vendem ativos com taxas mais elevadas na esteira da desaceleração econômica mundial. A empresa tem nota de crédito “B1” pela Moody’s Investors Service, quatro patamares abaixo do grau de investimento.
A Marfrig afirmou por e-mail semana passada que a queda nos títulos veio após a baixa das ações que foi causada pela liquidação de ativos da GWI Asset Management. As ações da empresa recuaram 45% nos últimos dois meses. A GWI, sediada em São Paulo, fechou nove fundos para resgate e novos investimentos em 11 de agosto, e abriu os mesmos duas semanas depois.
“Os preços dos títulos parecem apontar uma probabilidade relativamente alta de moratória, o que vemos como um exagero”, disse Juan Cruz, analista de dívida corporativa do Barclays Plc em Nova York.
“Não estou esperando que a empresa apresente bons resultados no terceiro e quarto trimestres”, disse Natalia Corfield, analista de crédito do ING Groep NV em Nova York. “Eles vão continuar sob pressão por algum tempo. E eles podem ser negociados nestes níveis por algum tempo antes da recuperação.”
A matéria é do portal Exame.com, adaptada pela Equipe BeefPoint.
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A meu ver os fundamentos da Marfrig,são bons.Marfrig sofreu uma forte descompensassão,de força especulativa em seu IPO.
A operação comercial é ruim,assim como o engessamento do comercial pelo financeiro também os deprime.
Não basta ter Marca,é necessário fidelizar,trabalhar Mix com uma só equipe,no caso do alto atacado e médias redes,e o comercial do Marfrig não esta habilitado para tal.
Investir em ativos é sempre muito importante,mas ativos não vão adiante sem pessoas,sem oxigenação,sem atentar as boas praticas,neste caso comercial,sem quebrar paradigmas e feudos.
Torço muito pela Marfrig,e sei que eles sabem disso.
Saudações,
EVÁNDRO D. SÀMTOS.