O processo de venda da Keystone está bastante avançado e o negócio pode ser anunciado a “qualquer momento”, afirmou ontem o vice-presidente de finanças e de relações com investidores da Marfrig, Eduardo Miron, em teleconferência com jornalistas. O anúncio da venda da subsidiária americana será feito, “no máximo”, nas próximas semanas, afirmou ele.
“Estamos bastante adiantados”, ressaltou Miron, que está nos Estados Unidos para fechar a venda da Keystone, que é especializada no fornecimento de carnes ao McDonald’s. O executivo não quis dar detalhes sobre a negociação, mas a companhia está próxima de um acordo com a Tyson Foods, conforme o Valor já informou. A Marfrig pretende obter cerca de US$ 3 bilhões com a venda da Keystone, segundo fontes.
Na bolsa, as ações da Marfrig foram castigadas ontem. Os papéis caíram 6,4% na B3, negociados a R$ 6,70. A queda reflete a frustração com a expectativa de anúncio da venda da Keystone. No mercado, esperava-se que a empresa brasileira faria o anúncio junto com a divulgação do balanço do segundo trimestre, publicado anteontem.
Com a venda da Keystone, a Marfrig conseguirá, principalmente, reduzir seu endividamento. Miron reiterou ontem a meta da empresa de diminuir seu índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda nos últimos em 12 meses) para menos de 2,5 vezes até o fim deste ano. No fim do segundo trimestre, o índice estava em 4,2 vezes. “O compromisso a disciplina financeira é inegociável”, assegurou o executivo.
No fim de junho, a dívida bruta da Marfrig somava R$ 22,5 bilhões, dos quais R$ 6,8 bilhões vencem no curto prazo (em até um ano). Em dólar, a dívida da empresa era de US$ 5,8 bilhões no fim do primeiro semestre. O prazo médio de vencimento das dívidas era de 3,9 anos. A disponibilidade de caixa da empresa brasileira no fim do segundo semestre era de R$ 6,2 bilhões (o equivalente US$ 1,6 bilhão).
Fonte: Valor Econômico.