Uma fonte do segmento afirmou ontem que houve um contato telefônico com o presidente do Marfrig, Marcos Molina, que acabou de chegar dos Estados Unidos. A conversa ficou centrada na possível aquisição do Frialto pelo Marfrig. Segundo a fonte, Molina admitiu interesse, porém disse que não foi atrás do Frialto e que se a oferta fosse feita seria analisada.
Uma fonte do segmento afirmou ontem ao Diário de Cuiabá que houve um contato telefônico com o presidente do Marfrig, Marcos Molina, que acabou de chegar dos Estados Unidos. A conversa ficou centrada na possível aquisição do Frialto pelo Marfrig.
Segundo a fonte, Molina admitiu interesse, porém disse que não foi atrás do Frialto e que se a oferta fosse feita seria analisada. Na avaliação da fonte, a decisão de entrar com o pedido de recuperação judicial teria deixado a negociação ainda mais distante.
Desde a semana passada tiveram início os boatos de que o Marfrig estaria se preparando para adquirir os ativos do Frialto, porém a assessoria do grupo nega que haja qualquer tratativa no sentido de comprar o grupo mato-grossense. Nos bastidores, foi justamente a negociação fracassada que teria levado o Frialto a suspender os abates na última sexta-feira e a devolver animais que já estariam no matadouro. A empresa enfrenta problemas de liquidez pela falta de capital de giro.
A companhia, que pediu recuperação judicial essa semana e será assessorada pela Felsberg e Associados, tem 60 dias para apresentar o plano de recuperação à Justiça. O advogado Thomas Felsberg disse que o Frialto é uma “empresa solvente com chance de se recuperar”.
Com receita na casa dos R$ 1,2 bilhão por ano, o Frialto conseguiu reestruturar parte de suas dívidas com credores financeiros – de R$ 360 milhões – em 2009. Contudo, continuou a enfrentar dificuldades para obter novas linhas de crédito. Passou então a buscar uma saída, que contemplaria venda da empresa ou arrendamento com opção de compra. O Frialto tem cinco unidades: Sinop, Nova Canaã, Matupá, todas em Mato Grosso, Iguatemi (MS) e Ji-Paraná (RO), com capacidade de abate de 4.040 bois por dia, e construía duas novas plantas, uma em Tabaporã (MT) e outra em Itaberaí (GO).
Segundo fontes do setor de carne e financeiro, o Frialto negociava o arrendamento com a Marfrig, mas divergências com o maior credor do Frialto, que também tinha o mandato de venda da empresa, emperraram o negócio. Felsberg disse não ter conhecimento das conversações. O advogado disse, porém, que “é possível continuar negociando a venda” do Frialto apesar do pedido de recuperação judicial. “A venda pode fazer parte do plano”.
Fontes do setor, incluindo pecuaristas, acreditam que a situação do Frialto é melhor do que a de outros frigoríficos que pediram recuperação judicial porque a empresa tem “bons ativos e um posicionamento melhor” no mercado.
As informações são do Diário de Cuiabá e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.