"Queremos ser a segunda maior empresa de alimentos do Brasil", afirma o empresário Marcos Molina dos Santos, de 39 anos. A primeira, claro, é a Brasil Foods, união entre Sadia e Perdigão, que nasce com faturamento de R$ 22 bilhões. "O Marfrig já adquiriu todas as marcas que queria adquirir, agora é hora de trabalhar essas marcas para que sejamos reconhecidos como uma excelente alternativa à Sadia e Perdigão", afirma o diretor de Marketing, Sérgio Mobaier.
Foi uma mudança simbólica, mas marca o início de uma nova fase para o Marfrig. Na última assembleia de acionistas, em 28 de abril, a companhia alterou sua razão social: o nome Marfrig Frigorífico e Comércio de Alimentos foi substituído por Marfrig Alimentos.
“Queremos ser a segunda maior empresa de alimentos do Brasil”, afirma o empresário Marcos Molina dos Santos, de 39 anos. A primeira, claro, é a Brasil Foods, união entre Sadia e Perdigão, que nasce com faturamento de R$ 22 bilhões. “Uma consolidação como essa é boa para as duas empresas e também para o mercado, pois abre canais de venda”, diz Molina. “Nenhum supermercado vai querer comprar só de um fornecedor.”
Considerando Sadia e Perdigão separadamente, hoje o Marfrig já é a terceira empresa em capacidade, mas tem uma presença mais tímida em produtos industrializados e congelados. Nos segmentos em que atua, ocupa a quinta posição.
Perto do gigante que será a Brasil Foods, o Marfrig pode até parecer pequeno. A empresa faturou R$ 6,3 bilhões no ano passado. Mas a velocidade do crescimento do Marfrig nos últimos anos e a determinação do empreendedor Marcos Molina o transforma em um competidor que a Brasil Foods não poderá desprezar.
“Éramos focados em boi sem marca e estávamos sempre sujeitos ao sobe e desce do mercado”, explica Molina. “Mas para a gente ter uma companhia sustentável, temos de ter produto final. Nos industrializados, você tem margens melhores e sofre menos do que com commodities.”
Esta semana, o Marfrig está marcando presença na feira da Associação Paulista de Supermercados (Apas) com uma dezena de lançamentos, sobretudo de sua marca DaGranja, adquirida em abril de 2008.
O crescimento do Marfrig se deu basicamente por aquisições. Nos últimos três anos, a empresa investiu R$ 3,2 bilhões em aquisições no Brasil e lá fora. Hoje o Brasil representa 43% do faturamento do grupo e é a região onde a empresa é menos industrializada. Cerca de 20% das vendas no Brasil são de industrializados, contra 60% das vendas da empresa na Europa e 50% das vendas na Argentina, por exemplo. Considerando o grupo todo, os industrializados representam 31%. A intenção é chegar a 50%.
“O Marfrig já adquiriu todas as marcas que queria adquirir, agora é hora de trabalhar essas marcas para que sejamos reconhecidos como uma excelente alternativa à Sadia e Perdigão”, afirma o diretor de Marketing, Sérgio Mobaier.
No Brasil, o Marfrig é dono das marcas como DaGranja, Bassi (de carnes e frios gourmet) e Mabella (frios e embutidos). A marca escolhida para fazer frente aos produtos industrializados de Sadia e Perdigão é a DaGranja, que tem presença nacional é chegou a fazer alguma fama com os seus Chikenitos (empanados de frango). A ideia é oferecer uma linha completa de congelados e embutidos da marca, de hambúrguer e empanados a outras categorias, como massas, pizzas e pratos prontos – as três últimas ainda sem prazo definido para lançamento. Contando com os lançamentos desta semana, a DaGranja conta com 13 linhas e 80 produtos diferentes.
Neste primeiro momento, a estratégia de marketing estará focada nos pontos de venda e em ações na internet. “Precisamos primeiro aumentar o portfólio e ampliar os volumes de venda para depois partir para mídias de massa como televisão”, diz Mobaier. O executivo não revela a verba de marketing, mas diz que as ações vão receber uma parcela “relevante” da verba de investimentos prevista para este ano, de R$ 220 milhões.
Bertin
Nos últimos meses, o Marfrig também participou de conversas que poderiam levar a uma grande fusão com o frigorífico Bertin. Questionado na semana passada se as negociações estavam caminhando, Molina desconversou: “Conversas podem caminhar para frente ou para trás. Acho que essas estão caminhando para trás”.
A matéria é de Mariana Barbosa, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.