Margens da JBS Mercosul devem se recuperar no 3o trimestre

Depois de registrar forte queda na margem no segundo trimestre, a JBS Mercosul está “claramente” em trajetória de recuperação das margens e isso poderá já ser visto ainda no terceiro trimestre, disse hoje o CEO global da JBS, Wesley Batista. A JBS Mercosul é a divisão da empresa brasileira que engloba as operações de carne bovina no Brasil, Argentina e Paraguai.

Em teleconferência com analistas e investidores para comentar os resultados do segundo trimestre do ano, o empresário disse que a forte queda das exportações brasileiras de carne bovina foi o principal fator de redução de margem da JBS Mercosul. Além do impacto negativo das exportações, Batista afirmou que o custo mais alto para compra de gado bovino também prejudicou a margem.

No segundo trimestre, a margem Ebitda da divisão foi de 5,1%, 4,8 pontos percentuais abaixo da margem de 10,1% de um ano antes. Na mesma base de comparação, as exportações da JBS Mercosul caíram 12,6%. No segundo trimestre, a receita líquida da divisão foi de R$ 7,2 bilhões, alta de 14,5%.

Para os próximos trimestres, porém, já há uma recuperação das margens, indicou o empresário. “Estamos vendo o mercado externo se recuperar. Vamos ter o terceiro trimestre com margens melhores”.

Ele acrescentou que a abertura dos mercados de China e EUA para a carne bovina brasileira é favorável, e a JBS é a principal beneficiada, em sua avaliação.

No caso da China, do total de nove frigoríficos brasileiros reabertos, sete são da JBS. Já nos EUA, a forte presença da companhia no país também deve ajudar.  Ainda faltam trâmites para o início efetivo dos embarques de carne bovina do Brasil aos EUA.

O CEO também disse que, se no momento de piora a JBS foi a empresa do setor que mais sofreu com a queda das exportações, no momento de recuperação também será a JBS a mais beneficiada.

“Quase 45% [das exportações brasileiras de carne bovina] são feitas pela JBS. Quando você tem um impacto e uma queda tão significativa como assistimos, logicamente quem tem o maior pedaço do mercado é quem sofre mais. Por outro lado, o benefício vem com a recuperação”, disse.

Além disso, o ajuste de oferta feito pelos frigoríficos brasileiros nos último meses, com o fechamento de dezenas de unidades para adequar a capacidade de abate ao volume de boi disponível, “equilibrou” o balanço de oferta e demanda da indústria.

Fonte: Valor Econômico, adaptada pela Equipe BeefPoint.

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