Produtores, exportadores e governo desenvolvem programa para aumentar vendas externas
O Brasil começou a investir pesado no marketing da carne bovina para o mercado externo. Na última semana um grupo de dez jornalistas do Chile, Filipinas, Estados Unidos e Israel esteve no País para conhecer o sistema de produção da carne nacional. Estes países, juntos, responderam por 26% das exportações de carne bovina nacional em 2001.
A missão foi a primeira de uma série de quatro previstas até o mês de julho deste ano, dentro do Programa de Promoção da Carne Bovina no Exterior, lançado em agosto do ano passado pelo governo federal, em parceria com a iniciativa privada. As ações do projeto vão atingir cerca de 82% do mercado de carne bovina brasileira.
Com investimento de R$ 5 milhões, o programa pretende divulgar a marca “Brazilian Beef” e aumentar as exportações de carne bovina em 2002 para, no mínimo, US$ 1,1 bilhão, o que significaria um aumento de 10% sobre o desempenho obtido pelo setor em 2001.
“A abertura de novos mercados e a manutenção dos atuais é um trabalho permanente”, afirmou o ministro da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes. Entre os mercados potenciais, estão os Estados Unidos, que compraram US$ 87,5 milhões de carne industrializada em 2001 do Brasil.
Pratini de Moraes acredita que ainda este ano o Brasil consiga fechar acordos sanitários que possibilitem a exportação de carne bovina in natura para os Estados Unidos. A meta do ministro é uma receita de US$ 3,2 bilhões em exportações de carnes bovina, suína e de frango, um aumento de 15% sobre 2001.
Segundo o ministro, os jornalistas ficaram impressionados com o avanço tecnológico da pecuária nacional, com a qualidade e sanidade do rebanho brasileiro. “As unidades industriais são muito modernas”, afirmou a jornalista Anita Olate, do periódico La Segunda, do Chile. Durante a estada no Brasil, os jornalistas visitaram o frigorífico Bertin, em Lins (SP), onde tiveram informações sobre a genética do gado nelore, e o Independência, em Nova Andradina (MS), onde conheceram a criação de boi orgânico. Também estiveram na Exposição Agropecuária de Londrina (PR) e na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Do ministro a missão recebeu informações sobre os programas de rastreabilidade bovina e de sanidade animal.
O secretário-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Ênio Marques, disse que o programa contempla ainda a participação em feiras, a publicação de um “book da carne”, um livro com a história da pecuária brasileira e a criação de um sistema de informações online sobre exportações. “É um trabalho que terá reflexos daqui a três a quatro anos”, afirmou.
As próximas missões vão ser compostas por jornalistas da Itália, da Inglaterra, da Alemanha, da Holanda, de Portugal e da Bélgica, em maio, países que compram 39,6% das carnes exportadas pelo Brasil; Arábia Saudita, Argélia, Egito, França, Espanha e Ilhas Canárias (16,4% do mercado), em junho; para finalizar, um grupo de líderes de entidades de classe, em julho.
O trabalho de divulgação da carne brasileira é coordenado pela agência americana Hill and Knowlton, que escolheu jornais considerados importantes em seus países. O projeto é financiado pelo ministério, pela Agência de Promoção das Exportações (Apex), pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pela Abiec.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeePoint