Mato Grosso assume liderança na criação de bovinos

O custo de produção mais baixo e a maior disponibilidade de terras está fazendo com que o Estado de Mato Grosso desponte como o maior rebanho nacional de bovinos, segundo levantamento da FNP Consultoria. Em 2004 o Estado deve assumir a liderança, anteriormente do vizinho Mato Grosso do Sul, com um total de 20,2 milhões de animais.

Segundo dados da consultoria, desde 2000 a quantidade de bovinos tem crescido no Mato Grosso, enquanto que no Mato Grosso do Sul o plantel diminuiu. Pesquisa mostra ainda que o preço da terra no Mato Grosso é até 100% inferior ao de Mato Grosso do Sul.

Para o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), Décio Coutinho, a qualidade do rebanho mato-grossense é outro fator de incentivo à produção no Estado. Segundo ele, o programa de sanidade do governo garante aos compradores um gado livre de aftosa e de raiva. “Além disso, temos o chamado boi verde, criado a pasto”. Ele garante que o crescimento não está associado, no entanto, a nenhum incentivo fiscal do governo.

O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Anildo Lima Barros, diz que o Estado é propício para a agropecuária porque tem clima definido, área disponível e boa localização geográfica. “Temos um potencial grande de área apropriada para a pecuária com preços acessíveis”.

O pecuarista Mário Candia resolveu investir no norte de Mato Grosso. Com propriedade próxima a Cuiabá, ele procurou uma propriedade em Alta Floresta, buscando maior produtividade e menor custo de produção. Segundo Candia, a região possui terras sadias, que permitem criação extensiva, clima com menor tempo de seca, deixando o pasto verde por um período maior e também terras mais baratas.

O pecuarista diz que, com estes atrativos, a pecuária no norte do Estado consegue produtividade maior. Em comparação com sua outra propriedade, o ganho de peso dos animais é de 30% a 40% superior. Além disso, a região tem frigoríficos, o que possibilita escoar a produção. O pecuarista diz também que, apesar de o preço da arroba ser inferior ao praticado próximo à capital, os atrativos do norte compensam a criação.

Fonte: Gazeta Mercantil (Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint