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Mato Grosso do Sul pretende terminar abates até o dia 20

Convivendo há mais de dois meses sob a sombra de 28 focos de febre aftosa confirmados, os órgãos de defesa sanitária animal de Mato Grosso do Sul esperam encerrar os abates de cerca de 25 mil bovinos até o dia 20. A expectativa é do superintendente federal de Agricultura da SFA/MS, José Antônio Felício, e do diretor-presidente da Iagro, João Mauad Cavallero.

Segundo o diretor da Iagro, até ontem, mais de 21 mil animais já haviam sido sacrificados nos três municípios em situação de emergência (Mundo Novo, Eldorado e Japorã), sendo que os abates sanitários se concentram apenas no último. “Mundo Novo e Eldorado já encerraram os abates e agora estamos centrados nos assentamentos de Japorã”, frisou Cavallero.

No local cerca de dez equipes trabalham ininterruptamente para dar conta das ações de vigilância e monitoramento de propriedades, avaliação e abates de animais, além de grupos de educação sanitária.

José Felício explicou que as ações foram intensificadas tanto no campo quanto em relação à dotação de recursos para as operações e indenizações de produtores no estado. “Nosso esforço agora é para conseguir empenhar os recursos num total de R$ 16,5 milhões para combate e indenizações até o dia 23”, frisou, esclarecendo que até o momento foram pagos R$ 5,9 milhões em indenizações com parte do dinheiro do Fundo Emergencial de Combate à Febre Aftosa (Fesa) e parte do Ministério da Agricultura. Este montante foi utilizado para pagamento de valores de 11.500 bovinos.

A previsão de Felício é que mais R$ 6 milhões sejam empenhados para o ressarcimento pelos abates. “Estamos agilizando os processos dos produtores e até o final de semana teremos mais um volume expressivo de indenizações”, afirmou.

Ele destacou que dos R$ 16,5 milhões liberados pelo Ministério da Agricultura para o combate à doença, cerca de R$ 10 milhões serão usados em indenização e R$ 6,5 milhões em custeio e investimentos na defesa sanitária animal.

Da verba para custeio, ele frisa que R$ 2 milhões foram destinados à Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA/Idaterra) por meio de convênio para pagamento de bolsas de ajuda aos agricultores familiares da região e pequenos produtores de leite; e os R$ 4,5 milhões restantes vão para a Iagro, em ações que vão desde o pagamento de despesas (incluindo diárias de fiscais, combustíveis, entre outros).

Além disso, a Iagro conseguiu um aditivo de R$ 3 milhões do governo federal que será investido na informatização do órgão.

Uma outra estratégia é tentar conseguir utilizar os R$ 16,5 milhões previstos para as ações no Paraná. “Como até agora o governo paranaense nega que tenha focos da doença e, diante do adiantado da hora (o dinheiro só pode ser empenhado até o dia 23, pois do contrário volta para os cofres federais), estamos discutindo com o Grupo Interministerial a possibilidade de trazer este dinheiro para MS”, enfatizou.

Entre os argumentos, estão a fragilidade do sistema de sanidade animal de MS em função da fronteira extensa, que é maior até que a do Paraná, e a demora do estado vizinho em assumir que tem a doença. O grupo ficou de dar um parecer provavelmente hoje sobre o assunto. “Se conseguirmos, nossa idéia é ampliar a estrutura da Iagro, adquirindo inclusive uma frota nova de veículos”, concluiu.

Fonte: Correio do Estado/MS (por Rosana Siqueira), adaptado por Equipe BeefPoint

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