O deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) não conseguiu apoio dos pecuaristas matogrossenses para questionar na Justiça os critérios utilizados para habilitar 106 fazendas brasileiras às exportações à União Européia (UE). Ao invés disso, pretendem apresentar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) uma proposta para tornar o Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), mais condizente com a realidade e os padrões brasileiros.
O deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) não conseguiu apoio dos pecuaristas matogrossenses para questionar na Justiça os critérios utilizados para habilitar 106 fazendas brasileiras às exportações à União Européia (UE). Durante a tarde de ontem, o segmento se reuniu na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato).
Há uma semana, a UE confirmou a liberação de quatros propriedades mato-grossenses. Representantes das principais entidades do segmento, que formam a Comissão de Pecuária de Corte, decidiram que este não é momento de adotar medidas mais drásticas em relação à restrição, informou reportagem de Tânia Nara Melo, do jornal Diário de Cuiabá/MT.
Ao invés disso, pretendem apresentar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) uma proposta para tornar o Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), mais condizente com a realidade e os padrões brasileiros. No dia 14, a comissão volta a se reunir para debater as mudanças e traçar um esboço da proposta que será discutida em âmbito nacional.
Já o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, demonstrou tranqüilidade diante da possibilidade de ser questionado na Justiça sobre a seleção de fazendas. “Não cabe perder tempo e dar trabalho aos juízes”, disse, argumentando que a lista foi elaborada com base em critérios técnicos, comentou em reportagem da Agência Estado.
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Parabéns produtores matogrosenses, pela luta contra politicos que só agem na hora de aparecer. porque não debateram a rastreabilidade no momento que existia a incerteza de se confirmar o Sisbov no Brasil, será que o ibope seria pequeno, não teriam midia para se valorizar.
Está certa a Famato, e o deputado Caiado — um dos pouquíssimos que lutou pela classe pecuarista, diga-se de passagem — precisa direcionar melhor seus esforcos. A lista cai de madura, basta ninguem mais aderir. Se aderirem, darão margem a que os frigorificos novamente venham com a pergunta matreira — Seu boi tem brinco?
A grande maioria dos verdadeiros pecuaristas deseja um retorno ao modelo de rastreabilidade que já existe há décadas, e que é o mesmo empregado nas industrias de abate de aves e suínos.
Fazem parte deste modelo, o único viável no Brasil:
1) A GTA
2) A nota fiscal de origem
3) O SIF na unidade de abate
4) A fiscalização sanitária estadual
5) Uma declaração, assinada pelo proprietário, que garante não ter aplicado hormônios e outros medicamentos proibidos, e que não alimentou os animais com rações contendo farinhas de carne, ossos ou sangue.
Com isso, toda e qualquer propriedade conseguirá se credenciar para exportar sem grande dificuldade e, principalmente, sem intermediários e “facilitadores”.
Teremos um modelo inclusivo, e não exclusivista como o que vem sendo defendido por setores obscuros e truculentos do MAPA. Que aliás devem estar com as barbas de molho, pois o ministro Stephanes é um economista de formação, inteligente, político e macaco velho, não participou da montagem do esquema Sisbov e vem sendo injustamente criticado, pois pegou o bonde andando.
Com certeza ele vai dar novos rumos ao assunto, haja vista os recados e torpedos que já andou passando a setores internos e externos ao MAPA.
SISBOV? Não brinco mais!
Realmente a atitude dos Mato Grossenses é coerente, todos sabemos que não podemos exportar carne de 106 propriedades, aínda mais quando elas estão localizadas em vários estasdos brasileiros. Do ponto de vista logístico isto é impossível.
Para que seja entendido o processo precisamos compreender que nem a UE quando se falou em 300 propriedades achava viável exportar carne de 300 propriedades, isto não é viável. Agora, o que precisamos entender é que se fazemos uma inspeção e não podemos inspecionar a todoas as propriedades, então necessitamos desenhar uma amostra que seja estatisticamente significativa e neste sentido podemos conduzir o processo de amostragem em um percentual e que na época foi fixado em 3%. Mas isto é amostra e se concluirmos que nesta amostragem as condições são boas podemos extrapolar nosso conceito de conformidade para as 10.000 propriedsades ERAS existentes naquele momento.
Então, não podemos permitir que nos interpretem como insanos por não entender o que é uma amostra estatisticamente significativa e vamos nos submeter se é que temos segurança de nossa situação as inspeçôes e não tentar ganhar no grito algo que nos parece razoável, pois estamos convencidos de que este procedimento é só amostragem, caso contrário teriamos que chamar de insanos os inspetores que desejam comprar carne do Brasil de 106 propriedades distribuidas em todo o território nacional e que eles conhecem muito bem e sabem das distancias e do custo de logística, além da insuficiência de animais para atender neste sistema o volume que é exportado.
Essa posição servil da FAMATO é lamentavel e desagregadora.
Com referência ao artigo “Matogrossenses não aderem a pedido de mandado” permito-me congratular publicamente a postura sábia e corajosa do Presidente da Federação da Agricultura do Estado do Mato Grosso, Senhor Rui Prado, em relação a atual crise existente entre o MAPA e certos líderes políticos da bancada rural que, apesar de terem valor em outros temas na defesa do agronegócios brasileiro, no contencioso entre o Brasil e a UE no setor de exportação de carne bovina in natura para o mercado comunitário estão, ao meu ver, equivocados por não terem conhecimento técnico do assunto e tampouco dos institucionais em relação à UE ou OMC.
O Presidente da Famato que se coloca habilmente a margem das “farpadas” oriundas do Ministério de Relações Exteriores contra o MAPA, com vistas a proteger o mal encaminhamento do tema pela Missão do Brasil junto às CE, em Bruxelas, e das discussões políticas internas no Brasil, defende muito bem o interesse de seu Estado e do Brasil ao agir de forma sensata e ao buscar soluções que venham a satisfazer a curto e longo prazo inclusive os desejos dos produtores e exportadores brasileiros sérios que deveriam também ser o da maioria dos envolvidos no tema que infelizmente ao buscar situações conflituais acabam criando obstáculos para que o Brasil reconstrua a credibilidade perdida junto à UE e possa buscar doravante alternativas para conseguir melhorias sociais e desenvolvimento sustentável por meio de um agronegócios moderno, arrojado e pronto para concorrer no mercado internacional no âmbito das regras da OMC.
O Brasil necessita de muito bom senso neste momento particular para continuar a ter acesso ao mercado comunitário de carnes do qual depende direta ou indiretamente a estratégia brasileira de exportação de carnes para terceiros mercados também. O Brasil não deve perder de vista que a missão de inspeção do FVO no setor de carne bovina continua ainda a ser realizada no Brasil e os produtores e exportadores devem ter presente de uma vez por todas que o inimigo não se trata da UE e sim dos brasileiros que ainda não entenderam que as barreiras as exportações brasileiras inclusive de carnes serão doravante quase sempre fitosanitárias e para evitá-las o Brasil deve implementar também sistema simples de rastreabilidade que permita dar garantias sanitárias à UE e, igualmente, aos terceiros países.