O McDonald’s dos Estados Unidos anunciou nessa semana seus planos para começar a comprar “carne bovina sustentável” a partir de 2016. Eventualmente, a companhia espera comprar carne bovina exclusivamente de fontes certificadas como sustentáveis, mas reconhece que poderá levar um tempo, primeiro para definir o que significa sustentabilidade em diferentes ambientes e sistemas de produção e, então, para desenvolver cadeias de fornecimento verificáveis.
O McDonald’s dos Estados Unidos anunciou nessa semana seus planos para começar a comprar “carne bovina sustentável” a partir de 2016. Eventualmente, a companhia espera comprar carne bovina exclusivamente de fontes certificadas como sustentáveis, mas reconhece que poderá levar um tempo, primeiro para definir o que significa sustentabilidade em diferentes ambientes e sistemas de produção e, então, para desenvolver cadeias de fornecimento verificáveis.
A página do McDonald’s na internet descreve o plano da companhia para a carne bovina sustentável, que inclui:
– Criar princípios e critérios para a produção de carne bovina sustentável
– Identificar e testar práticas sustentáveis de produção de carne bovina
– Fazer isso com transparência e engajamento
– Trabalhar de perto com seus fornecedores e outros parceiros pela mudança na indústria
Felizmente, o McDonald’s tem recebido dados de uma variedade de grupos de interessados à medida que eles trabalham para definir e promover a produção de carne bovina sustentável. A companhia é um dos membros fundadores da Mesa Redonda Global para Carne Bovina Sustentável (GRSB), que inclui membros de grupos de conservação, associações de produtores, incluindo a Associação Nacional de Produtores de Carne Bovina (NCBA), varejistas e companhias que fornecem produtos e serviços para a indústria global de carne bovina. Além do McDonald’s, outros membros fundadores incluem Cargill, Elanco, JBS, Merck Animal Health, Walmart e World Wildlife Fund.
Em novembro de 2010, a mesa redonda organizou uma Conferência Global sobre Carne Bovina Sustentável, que contou com 300 participantes, incluindo produtores, frigoríficos, varejistas, donos de restaurantes, ambientalistas, cientistas e outros. Na ocasião, o grupo não tinha uma estrutura organizacional formal, mas o grupo anunciou em 2012 que adotou estatutos e regimentos internos que guiarão seu trabalho e formalizou o compromisso da organização com a cadeia global de fornecimento de carne bovina. O grupo enfatiza que a abordagem do “tripé” da sustentabilidade, significando que a cadeia de produção precisa ser ambientalmente saudável, socialmente responsável e economicamente viável.
Durante a conferência de 2010, grande parte da discussão foi centrada na definição de sustentabilidade e na identificação de práticas sustentáveis ou não sustentáveis na produção de carne bovina.
Houve um acordo geral de que o uso de tecnologias que melhoram a eficiência de produção pode contribuir para a sustentabilidade. Os participantes também concordaram que, embora a produção de carne bovina possa ser sustentável, não há uma solução única para tudo. Para cumprir com o tripé da sustentabilidade serão necessários diferentes sistemas de produção dependendo de várias culturas e ambientes e os produtores ao redor do mundo têm oportunidades para melhorar a eficiência e intensificar a produção de carne bovina buscando mais lucros e maior sustentabilidade.
Em resposta ao anúncio, o consultor de sustentabilidade e membro do GRSB, Jude Capper, disse: “Devido ao seu alcance multinacional, a definição quase certamente será diferente para carne bovina comprada ou vendida, por exemplo, nos Estados Unidos com relação ao Brasil ou Argentina. Como eles lidarão com isso e ainda fazer uma definição compreensível ao consumidor e específica a essa região? Como um ponto de observação, o GRSB não está propondo um padrão global ou um esquema de verificação considerando a ampla variedade de sistemas regionais de carne bovina”.
O McDonald’s reconhece a complexidade do assunto em suas afirmações sobre sustentabilidade.
“Embora a estrada em direção à carne bovina sustentável seja complexa, acreditamos que é possível conseguir sucesso. Existem muitas práticas melhores para a sustentabilidade da carne bovina e vemos um bom momento para alcançar nossa meta de comprar carne bovina sustentável. Cada parte da indústria de carne bovina pertence a uma entidade diferente e opera independentemente, com práticas únicas a seu papel na cadeia de fornecimento. Por exemplo, os fornecedores de carne bovina do McDonald’s, os abatedouros, os processadores de hambúrgueres não possuem fazenda. Eles usam uma variedade de diferentes práticas aprovadas. E diversos tipos de bovinos fazem parte do fornecimento de carne bovina do mundo”.
Dessa forma, vale ficar atento. Embora nada deva mudar rapidamente, pode ser que em poucos anos seja necessário cumprir alguns padrões definidos para sustentabilidade para seus animais para se qualificar para fornecer carne ao McDonald’s.
Comentário BeefPoint: O McDonald’s é um dos maiores compradores do mundo de carne bovina e tem grande influência no mercado mundial. Em todos seus produtos tem uma forte cadeia de suprimentos, dedicada a produzir alimentos seguindo os padrões da empresa em todos os cantos do mundo. Essa é uma mudança gradativa e planejada que com certeza vai ajudar a evolução do tema sustentabilidade na pecuária de corte mundial e também brasileira. Vale lembrar que a empresa conduziu um esforço similar com o tema bem-estar animal, e teve um sucesso muito grande. Nesse tema, trabalhou em conjunto com a Profa. Temple Grandin, maior autoridade mundial no assundo, em treinamentos, auditorias e certificações, inclusive no Brasil.
Notícia relacionada
A indústria de carne bovina pode colaborar com a sustentabilidade?
Fonte: Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.