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Medidas contra o aquecimento global serão discutidas

O Brasil e outros países emergentes terão de se comprometer a cumprir metas detalhadas de redução de emissões de dióxido de carbono (entre 15% e 30%) para ter acesso a bilhões de euros que financiariam a luta contra as mudanças climáticas e o desmatamento de florestas. Essa é a proposta que a União Europeia apresentará amanhã (28), em Bruxelas, como base para o novo tratado climático que substituirá o Protocolo de Kyoto.

O Brasil e outros países emergentes terão de se comprometer a cumprir metas detalhadas de redução de emissões de dióxido de carbono (entre 15% e 30%) para ter acesso a bilhões de euros que financiariam a luta contra as mudanças climáticas e o desmatamento de florestas. Essa é a proposta que a União Europeia apresentará amanhã (28), em Bruxelas, como base para o novo tratado climático que substituirá o Protocolo de Kyoto.

O corte nas emissões de CO2 e a luta contra o desmatamento nos países emergentes precisarão de investimentos anuais de quase 100 bilhões por ano até 2020, segundo o documento.

A Europa quer limitar a alta nas temperaturas globais a menos de 2°C e propõe um corte de mais de 50% nas emissões de CO2 até 2050, em comparação aos níveis de 1990. Mas admite que isso apenas ocorrerá por meio de uma cooperação tecnológica e financeira. Para ter acesso à ajuda, os países emergentes teriam de se comprometer a adotar estratégias de redução de emissões até 2011.

O ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado, responsável pelo tema de mudanças climáticas no Itamaraty, disse ao jornal Estado de SP que o corte proposto pela Europa para os países emergentes se aplicaria à curva de emissões futuras no cenário “business as usual” (se nada fosse feito), e não sobre as emissões brutas. “As emissões dos países em desenvolvimento continuarão a crescer, porém a uma taxa menor do que cresceriam no cenário business as usual “, disse Figueiredo. “Isso é o que o Brasil defende, porque é o que a ciência diz”, completou o diplomata, citando como referência o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).

Segundo reportagem do jornal Folha de SP, a conclusão do estudo publicado hoje (27) por uma das principais cientistas do IPCC é que o aquecimento global é irreversível e, mesmo se todas as emissões de gases-estufa fossem cortadas a zero, as temperaturas continuariam elevadas por mil anos, pois, apesar de o gás carbônico persistir por apenas um século na atmosfera, o oceano continua reemitindo calor por séculos.

Escrevendo no periódico “PNAS”, da Academia Nacional de Ciências dos EUA, a climatologista americana Susan Solomon e colegas afirmam que um aquecimento médio de 2C da superfície terrestre reduziria as chuvas no inverno em 10% no Nordeste brasileiro e no sul da África, e em 20% na bacia do Mediterrâneo e na Austrália. Esse efeito deve perdurar até depois do ano 3000.

Segundo os pesquisadores, a única conclusão possível é a óbvia: cortar mais e mais as emissões. “Taxas de desconto usadas em estimativas econômicas assumem que uma mitigação mais eficiente pode ocorrer em um mundo mais rico, mas ignoram a irreversibilidade mostrada aqui.”

As informações são dos jornais Estado de SP e Folha de SP, resumidas e adaptadas pela equipe AgriPoint.

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