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Medir, avaliar e comparar: como melhorar seu resultado na pecuária

De tempos em tempos surgem novas técnicas que podem mudar a pecuária. O grande desafio da pecuária é descobrir como medir, avaliar e comparar resultados. Um dado só faz sentido quando comparado com outro. A temperatura ambiente de 25ºC é muito quente para quem mora em Dom Pedrito, e muito frio para quem mora em Cuiabá. Além disso, a pecuária é um conjunto de sistemas interligados: gado, clima, terra, mercado. Quais são as variáveis mais importantes para a lucratividade? Quais são os pontos críticos para que uma fazenda tenha resultados excelentes?

“Só é gerenciado aquilo que se mede, Kaoru Ishikawa”.

De tempos em tempos surgem novas técnicas que podem mudar a pecuária. O grande desafio da pecuária é descobrir como medir, avaliar e comparar resultados. Um dado só faz sentido quando comparado com outro. A temperatura ambiente de 25ºC é muito quente para quem mora em Dom Pedrito, e muito frio para quem mora em Cuiabá. Além disso, a pecuária é um conjunto de sistemas interligados: gado, clima, terra, mercado. Quais são as variáveis mais importantes para a lucratividade? Quais são os pontos críticos para que uma fazenda tenha resultados excelentes?

A empresa de consultoria Exagro criou um sistema de avaliação e comparação de fazendas que vai ajudar a revolucionar a forma como avaliamos e comparamos fazendas e seus resultados econômicos. O BeefPoint tem grande satisfação em ser parceiro dessa iniciativa.

Se chama Benchmarking Exagro. O conceito de benchmarking é muito interessante. Se baseia na observação de outras empresas (ou fazendas) que realizam melhor que você determinada atividade e a busca por tornar a execução dessa atividade na sua fazenda mais eficiente, melhor, mais barata ou mais rápida. Em outras palavras é a busca de aprendizado utilizando o exemplo de quem já está fazendo bem determinada atividade. É muito usado em outros setores, sempre com muito sucesso. Pela primeira vez, vemos isso sendo adotado no Brasil, na pecuária, de forma ampla e não apenas em uma única área de conhecimento dentro de uma fazenda.

A base desse sistema é o conhecimento e teoria de administração do Vicente Falconi, do INDG, principal consultor de gestão do Brasil. Ele atende há muitos anos as empresas mais bem sucedidas do Brasil, aquelas que conseguem resultados positivos por longo prazo. Na AgriPoint, nós estudamos o conhecimento e experiência do Falconi e trabalhamos para aplicar no nosso negócio, no nosso dia-a-dia. Tem sido muito proveitoso.

O trabalho de Falconi é baseado em conceitos chave. O primeiro é o PDCA, a primeira letra de quatro palavras em inglês que significam Planejar, Fazer, Checar e Agir. Todo trabalho deve ser baseado nessa premissa. Planeja, Faz, Avalia e Corrige. Um ciclo, um sistema que faz, mede e melhora. É um conceito simples, mas não é fácil aplicá-lo amplamente. Requer um cuidado constante, pois até sua aplicação é evolutiva.

O segundo conceito base é de que o resultado vem de três pilares: 1- conhecimento técnico/específico, 2- método e processo de como fazer e 3- fazer. Ou seja, é preciso conhecer, é preciso ter uma maneira determinada (método ou caminho) que se faz as coisas e (muitas vezes esquecida) é preciso fazer!

O Benchmarking Exagro é baseado em uma série de 55 perguntas sobre uma fazenda, dentro de seis temas (1- manejo dos pastos, 2- rebanho, 3- manutenção, estrutura e serviços, 4- planejamento, 5- controladoria e 6- estrutura administrativa). Essas 55 perguntas são respondidas em 15-20 minutos se a fazenda tiver os dados. Se as informações não existirem, isso também gera um diagnóstico interessante: a fazenda não tem dados gerenciais suficientes para alcançar um bom resultado. E sabendo que outras fazendas têm esses dados, se estimula esse levantamento.

Alguns exemplos de perguntas, entre as 55:
Existe planta atualizada?
Avalia taxa de lotação e oferta de forragem futura (planejamento alimentar)?
Existe rotina de reuniões periódicas com funcionários?

A empresa acaba de publicar seu primeiro anuário de dados, que foi produzido a partir de informações compiladas dos seus clientes. Cada cliente recebeu uma avaliação da sua fazenda, com seus dados e uma comparação com todas as outras fazendas atendidas pela empresa. Ou seja, agora o número de uma fazenda pode ser comparado, medido e avaliado em relação a outras, de regiões, tamanhos, tecnologias e método de trabalho parecidos ou diferentes. Daí se pode tirar muita informação valiosa para cada fazenda.

A definição de produtividade é fazer mais com menos. É isso que todos querem: como produzir mais, como ter melhor resultado econômico, sem gastar mais. Ou de outra forma: como ter um aumento de benefício (resultado) maior que o incremento no custo. Toda tecnologia, se avaliada sob essa ótica, será aplicada ou não, mais rapidamente.

Principais benefícios de um sistema de comparação

As vantagens de um sistema como esse da Exagro são muitas. Para as fazendas que recebem atendimento da empresa, agora fica muito mais fácil avaliar quão bem (ou mal) estão indo. Fica mais transparente as vantagens de se usar essa ou aquela técnica. De se avaliar o que mais impacta no resultado. Tenho certeza que se iniciará uma corrida, uma competição saudável entre as fazendas para ver quem será o melhor, quem irá avançar mais.

Para a empresa, é uma valiosa ferramenta de avaliação e treinamento de sua própria equipe, que pode agora saber com muito mais detalhe e certeza o que dá certo na prática em diferentes situações. A mesma competição deve ocorrer entre os técnicos. Quem atende as melhores fazendas? Quem avançou mais no ano?

Para o setor, avanço mais rápido do uso de tecnologias que funcionam, que dão lucro. Em outras áreas, como certificação, rastreabilidade e sustentabilidade o uso de benchmarking também pode ajudar muito, acelerando a identificação de boas práticas, que dão resultados, realmente.

Possíveis consequências e mudanças no setor

Fazendas e profissionais que adotarem a técnica de benchmarking e forem realmente atrás de melhorarem seu desempenho, vão ter ganhos de eficiência muito maiores do que os que não usarem essa técnica.

Empresas de insumos vão buscar se associar a empresas de consultoria que oferecem esse serviço de benchmarking para acelerar o avanço de seus clientes.

Entidades de classe e associações de pecuaristas vão estimular que seus associados adotem sistemas de benchmarking, troquem informações entre si e busquem a melhoria constante. Essa foi inclusive a sugestão que dei ao Zé Ito, presidente do Sindicato Rural de Campo Grande/MS e presidente da comissão de pecuária de corte da Famasul. O ganho para grupos de produtores em uma mesma região pode ser muito grande, pois essa é uma forma muito inteligente e transparente de se avaliar a viabilidade e resultado de cada opção de tecnologia ou manejo.

Outras empresas de consultoria vão lançar sistemas de benchmarking para seus clientes. Consultores independententes vão usar sistemas de benchmarking mais abertos (não ligados a uma única empresa). Isso porque as vantagens são muitas. Espero que seja fácil intercambiar informações entre sistemas diferentes de benchmarking. Nos EUA, há empresas especializadas em apenas isso, em leite e corte.

A maneira que se vende consultoria pecuária deve mudar. Vai se falar mais e mais de dados concretos e transparentes ligados a cada opção de tecnologia. E vai ficar muito mais transparente as obrigações do consultor e do produtor, pois na maioria dos casos quem executa é o produtor. Ou seja, não adianta uma ótima consultoria sem ótima execução. Se você é a pior fazenda do mesmo consultor, vai ficar mais claro que você é que não está implementando corretamente.

Muitos mitos e produtos/técnicas “milagrosas” do setor serão testadas de forma mais rápida e transparente. Aparecendo de forma bem clara, o que funciona e o que não funciona.

Enfim, esse sistema de benchmarking é uma técnica que acredito muito como um grande alavancador e acelerador no avanço, modernização e lucratividade do setor, por trazer as claras os resultados.

É claro que isso não faz milagre. É apenas uma ferramenta para se visualizar o que dá certo e o que dá errado. Continua sendo fundamental e indispensável fazer, fazer certo, fazer bem feito.

Veja o vídeo da entrevista que fiz com Marcelo Pimenta, sócio da Exagro, via Skype.

Veja os slides que apresentam a ferramente.

0 Comments

  1. Thais Maria Bento Pires Lopa disse:

    Parabéns pela iniciativa de incentivar esse sitema de avaliação. De certa maneira é uma versão atualizada para os chamados “dias de campo” (ver e comparar resultados) que tanto usamos nas associações de raça. Ou seja, essa técnica já era aplicada na pecuária só que empíricamente. Ver, comparar e avaliar a possíbilidade de usar adaptando ao seu sistema. Uma prática simples que agora com o apoio das consultorias possibilita visualizar todos os processos, do planejamento a realização e avaliação dos resultados com dados confiáveis.Comparando o gráfico de eficiência das propriedades dos clientes e os seus diversos sistemas de produção dá para visualizar se o trabalho de consultoria está sendo bem aplicado.

  2. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Para o sucesso da empreitada não basta contarmos com bons consultores. Um ponto essencial é a qualidade dos dados / informações utilizadas nas comparações. Precisamos de dados acurados, precisos e confiáveis. E para isto precisamos de boas ferramentas (softwares e hardwares) de coleta de dados, de procedimentos adequados e mão-de-obra qualificada (devidamente treinada). Mas já existem produtos e serviços de boa qualidade disponíveis que podem auxiliar o produtor nesta tarefa.

    Att,

  3. Nasser Iunes disse:

    Em sintonia com as atuais necessidades, varias iniciativas de avaliação e aprimoramento na gestão, das propriedades que se dedicam a Pecuaria de Corte o artigo demonstra o melhor caminho na busca da eficiencia e sobrevivencia da atividade. Entre outras iniciativas, no Tocantins o SEBRAE capitanea um projeto com 100 propriedades, vale ressaltar a importancia destes trabalhos e sua divulgação. Neste caso há o desenvolvimento de um software de Controle gerencial com comparações dos parametros mais modernos de Gestão da Pecuaria de corte. Como sempre ganha-se muito acessando o Beefpoint . Parabens! Na nossa visão estamos definitivamente na era em que sobreviverão os “tutelados” e, é claro, os profissionais.

  4. Enir de Souza Pinto disse:

    Há dezoito meses venho utilizando à assessoria da empresa EXAGRO. Os resultados até aqui apresentados, tem sido bastante satisfatorios.
    Enir de Souza Pinto
    Fazenda Quissamã – Mucurici – ES

  5. Carlos Magno Pereira disse:

    Algum tempo venho observando mudanças administrativas em processos de produção de gado de corte em algumas empresas pecuárias. Uma das mudanças é justamente à busca por melhores resultados, através da gestão. Citou bem o Sr Jose Ricardo(Grupo Resende); sobre a necessidade de dados de boa qualidade p/ que esse processo, conclua-se c/ sucesso.

  6. Airto Madruga da Silva disse:

    Meus parabéns a equipe da Exagro pelo trabalho inédito na pecuária de corte. Precisamos de dados de boa qualidade. Há algum tempo busco uma série de indicadores na pecuária de corte para comparar com os produzidos na minha propriedade, desde produtividade, lotação, lucratividade, rentabilidade, lucro líquido e tantos outros. Fico feliz por ter essa luz que poderá realmente ser muito útil na gestão da pecuária, que surjam outras iniciativas dessa natareza.

  7. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    A pecuária e a industria frigorifica brasileiras avançaram muito nos últimos anos. Diversas tecnologias de produção foram incorporadas com sucesso ao processo produtivo. Hoje temos uma pecuária competitiva e uma participação de destaque no mercado mundial.

    Uma nova fase da pecuária esta se iniciando focada agora em melhorias gerenciais. Mas não há gestão sem controles. E um dos pontos de controle mais difíceis para a pecuária é justamente dos animais do rebanho.

    Em larga escala ter segurança real sobre as compras, nascimentos, transferências de / para outros rebanhos do próprio produtor, mortes, roubos e/ou perdas e vendas de animais não é fácil. Nem sempre a realidade bate com o que consta na documentação disponível.

    E quem já tentou fazer um inventário de um rebanho com milhares de animais sabe as dificuldades envolvidas. Muitas vezes após um imenso trabalho de passar todos os animais no curral continuamos com muitas dúvidas. Os saldos encontrados não batem com os apontados pelos controles existentes.

    Como garantir que cada animal inventariado seja considerado uma única vez? E como saber se um animal da propriedade ficou sem ser contado, por ter ficado para trás no pasto? Lembrem-se que, mesmo sem qualquer tipo de fraude, os entreveros de animais complicam bastante os trabalhos. Certamente é bem mais fácil fazer o inventário de almoxarifado

    E não podemos esquecer os riscos de “substituição” de animais mais valiosos por outros menos valiosos, que infelizmente são maiores do que gostaríamos.

    Isto para não mencionar a questão da precisão, acurácia e veracidade dos dados de campo que recebemos.

    E sem todos os pontos acima resolvidos como podemos auditar as informações fornecidas pelos responsáveis? Em caso de divergências como identificar corretamente o motivo?

    Um caminho para superar estas dificuldades é identificando individualmente todos os animais existentes na propriedade e fazendo o mesmo com todos os novos animais que ingressarem no rebanho, por compra, nascimento ou transferência. E lendo todas as baixas e saídas de animais.

    Mas não basta identificar os animais do rebanho. Na verdade sem certos cuidados a identificação individual serve apenas para aumentar o trabalho sem solucionar os problemas.

    Para superar este impasse precisamos adotar uma série de procedimentos amarrados e que exigem softwares e hardwares de apoio. Como na contabilidade precisamos de um método de trabalho.

    Garantir a precisão de leitura dos códigos individuais é possível com identificadores adequados e leitores de códigos de barra e/ou de radio-frequência.

    A correta identificação do responsável pela leitura e do local da coleta pode ser feita com um bom software, acoplado a um GPS e a um leitor biométrico. E um banco de dados bem protegido pode garantir que não hajam fraudes posteriores a coleta.

    Apesar de um bom software controlar a contagem uma única vez de cada animal do rebanho não resolve o caso dos animais que não foram contados por não terem vindo ao curral. Uma solução, por exemplo, é marcar o lombo dos animais que foram inventariados com tinta para poder identificar na malhada os animais que eventualmente ainda não foram inventariados.

    Para gerenciar a inevitável perda de identificadores auriculares a solução é adotar a dupla identificação, com subsituição imediata por um novo par sempre que detectada a perda de um dos identificadores originais, desde que feita à amarração de maneira prática e segura do novo e do antigo códigos de identificação utilizados.

    E sem controles adequados de pesagens (manuetnção do histórico) e de alteração de dados de caracterização dos animais no sistema (quem e quando) continuaremos expostos ao risco de “substituição” de animais.

    Mas se tomados os cuidados necessários há como mantermos uma sistema de controle preciso, seguro, operacional e “auditável”.

    As exigências da UE de identificação de todos os animais da propriedade, com controle de entradas, saídas e estoque são justamente o que garantem a “auditabilidade” do SISBOV.

    Concordo com críticas de intolerância a erros do SISBOV. Eles são inevitáveis em qualquer operação. O que precisamos são regras claras de quais as ações corretivas adequadas para os erros cometidos e quais as eventuais penalidades. E concordo que há burocracia (papel) em excesso. Muitos controles poderiam ser digitais.

    Mas não há logicamente como garantir a auditabilidade do processo se não existirem amarrações mínimas. E não podemos culpar um sistema por apontar eventuais erros e/ou divergências.

    A lógica simples de estoque inicial + entradas – saídas = estoque final é extremamente poderosa. O comércio e a indústria a utilizam a muito tempo no controle de seus estoques. Mas para implanta-la adequadamente na pecuária precisamos tomar alguns cuidados. O que precisamos é de método, como a partida dobrada da contabilidade.

    E, justamente focando nas necessidades do setor e na utilização da rastreabilidade como ferramenta gerencial, a Softway (http://www.sfw.com.br) desenvolveu dois softwares especificos, Trace Sys e Data Collection, para auxiliar os pecuaristas justamente nos controles do rebanho. Estas ferramentas além de atender as exigências do SISBOV permitem um melhor controle e gestão do negócio.

  8. André Camargo disse:

    Olá José Ricardo, gostei muito das suas colocações.

    Um ponto me chamou a atenção, a questão da substituição de identificadores perdidos. Como você faz essa amarração com o código antigo? Na forma como você gerencia está rebrincagem não perdemos a rastreabilidade antiga?

    Forte abraço,

    André Camargo

  9. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Oi André, tudo bem?

    A idéia é simplificar a vida do produtor, mantendo todas as garantias exigidas pelos mercados.

    Pela regra vigente do SISBOV se o produtor adota a dupla identificação e um animal perde um dos identificadores se pode, baseado no código impresso no identificador remanescente, solicitar a reimpressão com o mesmo código SISBOV em elemento identificador de reposição na cor laranja. Neste caso, como o animal continua com o mesmo código de identificação, não há reinicio de contagem de quarentena e noventena.

    Porém existem três graves problemas com esta estratégia:

    a) Você não resolve o problema na hora em que o detecta. Será preciso ler o código impresso no identificador remanescente, soltar o animal no pasto novamente, solicitar a certificadora que peça autorização de reimpressão à BND, pois os fabricantes só atendem pedidos desta natureza mediante confirmação da BND, aguardar o retorno da BND, encaminhar a autorização ao fabricante, aguardar a confecção e despacho e depois que receber os identificadores capturar novamente os animais para aplicar os identificadores. Isto tudo é bastante trabalhoso e demora muitas vezes quase tanto quanto a quarentena.

    b) Será preciso ainda ter muita atenção porque os identificadores recebidos precisarão formar o par certo com os identificadores remanescentes e não há como fazer leitura para conferência de ambos os identificadores com leitor de código de barras, afinal no botton não há código de barras impresso.

    c) E há o risco de perda do identificador remanescente entre a solicitação de reposição e o recebimento do novo identificador. Ai o problema é bem mais grave.

    Como pecuarista já enfrentei todas as situações descritas acima e cheguei a conclusão que o risco deste procedimento é muito alto.

    Por isto, apesar de precisar aguardar a recontagem de noventena, passei a adotar para casos de perda de apenas um dos identificadores o mesmo procedimento que a norma prevê para casos de perda completa de identificação. Incluo um novo código e baixo um antigo. A grande sacada aqui é que sei exatamente qual código baixar sem precisar fazer um inventário geral para detectar, por exclusão, os códigos que não foram lidos. E na verdade como já perdia uns 50/60 dias no processo de re-confecção de identificador tradicional estou perdendo de fato apenas mais uns 40 dias.

    Desta forma, assim que detecto a perda de um dos identificadores substituo imediatamente o remanescente por um novo par contendo um novo código SISBOV. Basta manter um pequeno estoque de identificadores padrão na propriedade para este fim. Não dependo de autorização prévia da BND nem tenho que aguardar a confecção e despacho, muito menos que recapturar o animal e correr o risco de formar o par errado ou pior, descobrir a perda do identificador remanescente.

    O que fizemos para facilitar a vida de quem opta por conduzir o processo desta maneira foi criar uma função específica em nossos sistemas denominada “reidentificação”, onde o pecuarista informa o par de códigos em questão e fazemos automaticamente, em nosso sistema e na BND, a baixa do código antigo e a inclusão do novo, transferindo todos os dados de caracterização (sexo, raça, data nascimento) e pesagens para o novo registro.

    E como na BND a baixa e a inclusão ainda são ações independentes reiniciamos nos nossos sistemas o controle de cumprimento de noventena dos animais reidentificados. Na verdade, por hora, quem opta por esta sistemática “paga” o pedágio da recontagem de noventena para simplificar o seu processo operacional, sem comprometer as garantias oferecidas aos mercados.

    Além disto, se o usuário consultar o código antigo em nosso sistema saberá, além de todas as informações que já fornecíamos, o novo código utilizado para identificar o animal. E obviamente se consultado o novo código, além de todas as informações obrigatórias, acrescentamos no retorno o antigo código, garantindo transparência absoluta a amarração feita.

    Por último tratamos estes casos específicos de inclusão e baixa por “reidentificação” com destaque em diversos relatórios existentes no sistema, pois são alterações que não correspondem a uma entrada ou saída real de animal da propriedade e não afetam os estoques do rebanho da propriedade. Elaboramos ainda documentação específica baseada nas informações inseridas no sistema para notificar a certificadora do fato.

    Quem esta usando estas ferramentas que disponibilizamos esta adorando.