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Melhore o acabamento de carcaça com Megalac-E

A efetiva contribuição dos programas de melhoramento genético, associada aos cruzamentos entre raças zebuínas e européias, tem permitido a produção de animais de crescimento rápido, boa cobertura muscular e carcaças de melhor qualidade. Por outro lado, esses animais apresentam elevadas exigências nutricionais e necessitam de dietas com alta densidade energética para que atinjam o ganho de peso esperado e um acúmulo mínimo de gordura em sua carcaça.

Aditivos energéticos em dietas de bovinos em confinamento

Luiz Orcirio Fialho de Oliveira¹, Maria Paula Ferreira Fialho²


A efetiva contribuição dos programas de melhoramento genético, associada aos cruzamentos entre raças zebuínas e européias, tem permitido a produção de animais de crescimento rápido, boa cobertura muscular e carcaças de melhor qualidade. Por outro lado, esses animais apresentam elevadas exigências nutricionais e necessitam de dietas com alta densidade energética para que atinjam o ganho de peso esperado e um acúmulo mínimo de gordura em sua carcaça.

A utilização de aditivos, em forma de gordura, na dieta de bovinos é uma alternativa para elevar a densidade energética, sem aumentar a ingestão de carboidratos ou comprometer a ingestão de fibras. Esse aumento da densidade energética é uma estratégia nutricional que pode ser utilizada na engorda de bovinos em confinamento (Church, 1984), com a vantagem de não apresentar os inconvenientes distúrbios metabólico-digestivos causados por dietas de alto grão.

Energia extra

A gordura, como os carboidratos, é constituída por carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), sendo composta de ácidos graxos, que podem ser saturados ou insaturados. O estado de saturação ou não-saturação é uma importante característica química e nutricional. Quimicamente, os ácidos graxos insaturados possuem duplas ligações na cadeia de carbono, ao contrário dos saturados que apresentam apenas ligações simples.

As gorduras possuem em média 2,3 vezes mais energia em relação aos carboidratos, pois 1 grama de gordura produz 9,5 kcal. Essa mesma quantidade de carboidrato produz 4,1 kcal. Alimentos desse grupo devem estar, portanto, presentes no concentrado a ser fornecido para animais em terminação, tanto em confinamento como em semi-confinamento, por serem muito ricos em energia.

Existem várias fontes de gordura possíveis de serem utilizadas na dieta dos ruminantes, que se estendem desde o óleo de soja (Vargas et al., 2001) até gorduras de origem animal ou vegetal protegidas comercialmente (Hightshoe et al., 1991) e sementes inteiras de oleaginosas (Talavera et al., 1985). Vale ressaltar que por força de lei (IN 8 – 25/03/2004) é expressamente proibida a utilização de fontes de gordura animal na nutrição de ruminantes.

Gordura protegida

Os ácidos graxos complexados com cálcio, também chamados de gordura protegida, são a fonte lipídica que tem apresentado os melhores resultados e, por isso, tem sido bastante recomendada (Jenkins, 1993). Uma importante fonte comercial de gordura protegida é o Megalac-E ®, um sal de cálcio de ácidos graxos de cadeia longa.

Muller et al. (2004) suplementaram novilhas de corte confinadas com gordura protegida (4,82% da MS) e não observaram redução no consumo e digestibilidade dos nutrientes, demonstrando a eficiência da proteção desses ácidos graxos. Salla et al. (2003) forneceram 6,7% da MS de gordura protegida para vacas Jersey e também não observaram redução do consumo e digestibilidade da MS e FDN. Dessa forma, foi possível aumentar a densidade energética da dieta sem comprometer a digestão de fibra.

Além do incremento energético da dieta, o fornecimento de gordura protegida para animais em terminação pode alterar algumas características da carcaça. Jaeger et al. (2004) comparou duas dietas isoenergéticas (72% NDT), sendo um tratamento com 5% de gordura protegida e o outro sem gordura, em novilhos de corte confinados, pertencentes a 4 grupos genéticos (Nelore, F1 Canchim x Nelore, F1 Limousin x Nelore e F1 Aberdeen Angus x Nelore). Observou-se que os animais que receberam 5% de gordura protegida na dieta apresentaram maior área de olho de lombo (88,5 cm2) em relação ao grupo não suplementado com gordura (81,3 cm2).

Atendendo o consumidor

Com o crescente avanço das exportações e o aumento da importância das grandes redes de supermercados na cadeia da carne no Brasil, surgem cada vez mais incentivos para a produção de animais precoces e com maior qualidade de carcaça. A inclusão de aditivos energéticos à dieta de bovinos em confinamento é a melhor alternativa para atingir maiores ganhos de peso e permitir o adequado e exigido acabamento.

A carne macia, bem marmoreada e uniforme estará sempre na preferência do consumidor e representa, sem dúvida, negócios mais vantajosos para o moderno produtor de carne bovina brasileira.

Referências Bibliográficas

ARAUJO, A.E.; SILVA, C.A.D.; FREIRE, E.C. et al. Cultura do Algodão herbáceo na agricultura familiar. Embrapa Algodão – Sistemas de produção, 1, ISSN 1678-8710, 2003.

CHURCH, D.C. Alimentos y alimentacion del ganado. Corvallis: Oregon State University, 1984.

COPPOCK, C.E.; WILKS, D.L. Supplemental fat in high energy rations for lactating cow: effect on intake, digestion, milk yield and composition. J. Anim. Sci., v.69, p.3826-3837, 1991.

HIGHTSHOE, R.B. et al. Effects of calcium soaps of fatty acids on postpartum reproductive function in beef cows. J. Anim. Sci., v.69, p.4097-4103, 1991.

JAEGER, S.M.P; DUTRA, A.R.; PEREIRA, J.C. et al. Características da carcaça de bovinos de quatro grupos genéticos submetidos a dietas com ou sem adição de gordura protegida. R. Bras. Zootec., v.33, n.6, p.1876-1887, 2004 (Supl.1).

JENKINS, T.C. Lipid metabolism in the rumen, J. Dairy Sci., v.76, n.12, p.3851-3863, 1993.

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¹DSc Ciência Animal, ²MSc Zootecnia

Especificação do Megalac-E®

Ácidos Graxos Vegetais (Gordura)———————Mín 85%
Energia Liquida de Lactação ————————— 6,52 Mcal/kg
NDT ———————————————————–270 %
Ácido Linoléico ——————————————– 40 – 42 %
Ácido Linolênico ——————————————-2,7 – 3%

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