A menor oferta de gado bovino para abate - decorrente do preço alto dos grãos para a ração e da seca que afetou pastagens nos EUA - deve reduzir a disponibilidade per capita de carne no próximo ano no país, prevê o professor Chris Hurt, do Departamento de Economia Agrícola da Universidade de Purdue, no Estado de Indiana.
A menor oferta de gado bovino para abate – decorrente do preço alto dos grãos para a ração e da seca que afetou pastagens nos EUA – deve reduzir a disponibilidade per capita de carne no próximo ano no país, prevê o professor Chris Hurt, do Departamento de Economia Agrícola da Universidade de Purdue, no Estado de Indiana.
O consumo de cada americano deve cair para 24,5 quilos em 2012. Esse volume é o menor desde o início dos anos 50, quando estava na casa dos 23 quilos, conforme o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Nos últimos cinco anos, a disponibilidade média de carne por americano foi de 28,58 quilos.
“A forte alta dos grãos depois de 2007 causou grandes prejuízos na indústria de carne bovina dos EUA e levou a uma liquidação de matrizes. Como resultado, houve a redução da produção nos últimos quatro anos.”, prevê Hurt.
Neste ano, segundo o USDA, o quilo da carne no varejo está em US$ 10,63. Em 2006, ainda no período das “vacas gordas”, estava em US$ 8,75 por quilo. “No próximo ano, deve ser 7% a 8% mais alto”, prevê.
Mas os grãos não são os únicos vilões. A forte seca que atingiu o sul e o centro das Grandes Planícies dos EUA nos últimos dois anos também ajudou a reduzir o rebanho bovino do país.
O abate americano, que era de 33,15 milhões de cabeças em 2007, caiu para 31,4 milhões de cabeças, segundo o levantamento mais recente. “Esses números vão cair de novo em 2012. Nossa próxima leitura, em janeiro, vai mostrar isso porque o número de abate de vacas vem crescendo (…) principalmente por causa da seca”.
Para piorar o quadro apertado de oferta de carne bovina nos EUA, as exportações americanas do produto também estão crescendo. “Isso é uma mudança para o consumidor americano que, sempre teve abundância de comida a preços baixos”, comenta.
O professor de Purdue é pessimista quanto à velocidade da recuperação da oferta de gado nos EUA, e de carne, em consequência. “Os últimos cinco anos foram muito difíceis para os pecuaristas. Muitos reduziram seus rebanhos, outros deixaram a atividade. Para conseguir dar a volta por cima é necessário um período de boa rentabilidade”, avalia.
Fonte: jornal Valor, resumida e adaptada por Equipe BeefPoint.