Mercado bastante especulado, mas oferta continua reduzida e preços seguem firmes

O mercado do boi gordo teve uma semana agitada e com forte especulação sobre o preço da arroba. O indicador Esalq/BM&F diminuiu um pouco o ritmo de valorização, mas o volume da oferta ainda é pequeno e os preços permanecem firmes. O mercado agora espera a segunda rodada dos confinamentos, que pode aumentar o número de animais ofertados aos frigoríficos. Mas se essa quantidade é suficiente para causar grandes recuos no preço da arroba é difícil prever. O melhor é ter muita cautela nas negociações e esperar para ver o que acontece.

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista, teve valorização de 1,01% durante a semana, sendo cotado a R$ 63,07/@. No indicador a prazo a alta foi de R$ 0,71 (1,13%), com o índice ficando em R$ 63,80, nesta quarta-feira. Já o indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista foi cotado a R$ 466,29/cabeça, acréscimo de 0,21% ao valor levantado na última quarta-feira (R$ 465,33/cabeça).

A moeda americana segue sua tendência de baixa, sendo cotada a R$ 1,804. Durante o período analisado o recuo foi de 1,24%, com isso a cotação do boi gordo em dólares subiu para US$ 34,96/@, alta de 2,27% em relação a semana passada e 9,26% no período de 30 dias.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista

O mercado físico altas nas cotações em quase todas as praças levantadas pelo BeefPoint, os preços seguem firmes e a oferta de animais terminados é pequena. Nem a divulgação de suspeitas de casos de aftosa no Rio de Janeiro (logo descartado pelo Mapa) e em Rondônia (início desta semana) causou grandes alterações nas cotações de boi gordo, assim as expectativas são de preços estáveis para os próximos dias. Vale lembrar que notificações de sintomas de doenças vesiculares e coleta de material para análises são procedimentos de rotina do serviço de defesa sanitária e reforçam o trabalho sério que vem sendo realizado pelo Mapa.

A estabilidade dos preços se deve a dificuldade de compra de animais para abate. Os frigoríficos que fizeram contratos a termo reportam que estão com escalas garantidas até o próximo mês, mas em geral as escalas seguem curtas. O feriado da padroeira do Brasil, ajudou de certa forma, dando mais fôlego aos frigoríficos, as escalas estão em torno de 6 dias em São Paulo e 5 no Mato Grosso do Sul.

Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 03/10/2007

Diante da pouca oferta de gado terminado para abate, na última semana os preços da arroba da vaca gorda tiveram valorização na maioria das praças levantadas pelo BeefPoint. As fêmeas tem sido uma boa opção para os frigoríficos menores que não fazem contratos de boi a termo e estão com dificuldades de completar escalas.

Na maioria das regiões pecuárias do país a situação é de poucos negócios com gado de reposição. O principal fator que explica o ritmo lento das negociações é a oferta enxuta que faz os preços permanecerem em patamares elevados. Outro acontecimento que vem influenciando o mercado é a seca prolongada que está atingindo o Brasil inteiro. Sem pasto e com o preço do bezerro cada vez mais alto, poucos pecuarista resolvem fazer reposição neste momento.

No mercado futuro, todos os vencimentos recuaram durante a semana. Os recuos atuais foram causados em primeiro lugar pelos boatos de possíveis aparecimentos de focos de aftosa e ganharam força depois que alguns frigoríficos, principalmente paulistas, conseguiram aumentar suas escalas em um dia. Acompanhe no gráfico as alterações durante a semana.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 03/10/07 e 10/10/07

Alta de R$ 0,10 nas cotações do dianteiro (R$ 3,20), no atacado da carne bovina em São Paulo. O traseiro (R$ 5,10) e a ponta de agulha (R$ 2,80) permaneceram estáveis. O equivalente físico foi calculado em R$ 60,90/@, alta acumulada de R$ 0,58 na semana. O spread (diferença) entre o indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e equivalente físico é de R$ 2,17, a média do spread em 2007 é de 5,62.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico