Mercados Futuros – 05/09/07
5 de setembro de 2007
SP: Pecuaristas discutem doação de carne bovina
10 de setembro de 2007

Mercado continua travado e escalas não evoluem como esperado

Nessa primeira semana de setembro o mercado do boi gordo passa por um momento bastante agitado, mais por comentários e boatos a respeito de escoamento da produção dos confinamentos e de contratos de boi a termo do que por negócios realmente efetivados. O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado, nesta quarta-feira, a R$ 63,11/@, queda de 1,34% em uma semana.

Nessa primeira semana de setembro o mercado do boi gordo passa por um momento bastante agitado, mais por comentários e boatos a respeito de escoamento da produção dos confinamentos e de contratos de boi a termo do que por negócios realmente efetivados.

Realmente muitos confinadores negociaram animais essa semana, mas é difícil estimar qual é a quantidade de animais de cocho disponíveis para abate e se esse volume irá influenciar a oferta de boi gordo para os próximos meses.

O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado, nesta quarta-feira, a R$ 63,11/@, queda de 1,34% em uma semana. O equivalente a prazo também apresentou recuo, sendo cotado a R$ 63,81/@, -R$ 0,92 no mesmo período.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e a prazo


O indicador Esalq/BM&F bezerro MS à vista, foi cotado a R$ 460,67/cabeça, alta de 0,64%, Essa valorização aliada ao recuo do indicador de boi gordo causou um redução na relação de troca, que caiu de 1:2,31 (29/08) para 1:2,26.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Em meio a novos ataques europeus, a receita das exportações de carne in natura brasileira, em agosto, foi de US$ 306,5 milhões, crescimento de 16,8% em relação a julho. O volume foi de 110.600 toneladas, registrando aumento de 13,4% em relação ao mês passado.

Tabela 2. Exportações de carne bovina in natura


Nos 8 primeiros meses de 2007 as exportações de carne in natura geraram US$ 2.311,69 milhões, 20% a mais do que o valor obtido durante mesmo período de 2006. O preço médio da carne bovina in natura brasileira exportada também cresceu em agosto, o preço médio foi US$ 2.771,25/ton, 3% superior ao valor de julho e 8,5% acima do preço médio no mesmo período de 2006, quando a tonelada foi negociada a US$ 2.554.

Gráfico 2. Preços médios das exportações de carne bovina in natura, desde fevereiro de 2002


No mercado físico a semana foi de muita especulação e poucos negócios realizados. Os frigoríficos continuam informando que estão com as escalas folgadas, graças aos contratos de boi a termo e grandes lotes de animais terminados em confinamento. Em São Paulo, informantes do BeefPoint reportam que essa semana foi negociado um número considerável de animais de cocho com os frigoríficos, mas as escalas ainda não se alongaram consistentemente.

No Mato Grosso Sul a indústria continua trabalhando com escalas reduzidas na tentativa de impedir alta nos preços da arroba, mas o pecuarista não está cedendo e o mercado segue travado com poucos negócios efetivados. Os grandes frigoríficos do estado, preferem direcionar suas compras para estados que estão liberados às exportações do que pagar mais pelo boi sul-matogrossense.

Tabela 3. Cotações do boi gordo com variação relativa a 29/08/2007


Na reposição, mesmo com a forte seca que atinge todos estados brasileiros a procura por gado magro continua intensa, diferente da oferta que continua bastante ajustada. São poucos os lotes ofertados e em todo o Brasil os preços seguem firmes.

No atacado da carne bovina, o traseiro foi cotado a R$ 4,90, dianteiro a R$ 2,90 e ponta de agulha a R$ 2,60, ficando o equivalente físico em R$ 57,32@. Com a redução do indicador de boi gordo o spread (diferença) entre Esalq/BM&F boi gordo e equivalente caiu para R$ 5,80/@.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico


Os negócios com futuro de boi registraram recorde em agosto na BM&F, tornando-se a primeira commodity agrícola a ultrapassar a marca dos 100 mil contratos negociados em
um único mês.

Durante esta semana os contatos com vencimento de curto prazo registraram variações negativas, setembro/07 (R$ 60,98/@) teve desvalorização de R$ 0,76 e outubro/07 (R$ 61,02/@) recuou R$ 0,60 em relação ao fechamento do dia 29 de agosto.

Gráfico 4. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 29/08/07 e 05/09/07


André Camargo, Equipe BeefPoint

Como está o mercado de boi gordo e reposição de sua região, em relação a preços, oferta e demanda e número de negócios efetivados?

Por favor utilize o box de “cartas do leitor”, abaixo.

0 Comments

  1. Mario Wolf Filho disse:

    Que bom se todos os pecuaristas tivessem acesso ao BeefPoint, pois talvez não entrassem nas informações do cartel como no MT como a que fechar as importações o preço cai 20%, isso é purro terrorismo de informação do cartel.

    Um abraço

  2. Rodrigo Belintani Swain disse:

    No momento atual onde o argumento dos frigoríficos é que os bois de confinamento e os bois a termo, negociados anteriormente, estão alongando as escalas, devemos saber que muitos dos animais de confinamento são os mesmos negociados a termo.